No ano passado a Federação Espírita Brasileira (FEB) anunciou em seu site oficial a continuação do filme Nosso Lar, deixando o público com grande expectativa para assistir ao longa. Um ano se passou e, após muitos rumores circulando na internet, levantamos 5 informações já confirmadas sobre a obra.
O desenvolvimento será em 2017
Segundo o diretor Wagner de Assis, em entrevista para a FEB, o filme Nosso Lar 2 entrará em pré-produção no início de 2017, fase que conta com a captação de recursos e ajustes financeiros e burocráticos.
Espera-se que o filme seja lançado em 2018.
Você pode participar do longa
Sim, você pode ser um figurante no filme Nosso Lar 2, mas é preciso ter experiência prévia, ao menos com técnicas de atuação. Segundo o diretor, "é muito legal esse interesse de gente que nunca fez figuração, mas tenho que informar que são regras profissionais que seguimos - e é preciso estar cadastrado em agências do ramo".
Nosso Lar 2 será baseado nos livros "Obreiros da Vida Eterna" e "Os mensageiros"
A companhia Cinética Filmes anunciou que Nosso Lar 2 será baseado nos livros "Obreiros da Vida Eterna" e "Os mensageiros", ambos de Chico Xavier pelo Espírito André Luiz. Para quem não sabe, não existe o livro Nosso Lar 2. O termo "Nosso Lar 2" é uma forma de dar continuidade à proposta e público do primeiro filme, que tornou-se o número 1 entre os filmes nacionais dos últimos quinze anos: foram arrecadados 5,9 milhões de reais.
Renato Prieto será André Luiz novamente
A boa recepção de Renato Prieto como André Luiz deu garantia ao ator na continuidade da trama. No filme, será dada sequência à narrativa do espírito sobre nossa evolução e o medo da morte.
O carnaval, considerada a maior festa popular da Humanidade, surgiu na Antiguidade entre os povos hebreus, gregos e romanos. Eram festejos pagãos que serviam para celebrar colheitas e louvar a alguns Deuses, inclusive Saturno, deus da Agricultura, através das comemorações chamadas "saturnais". Em carros alegóricos, que levavam homens e mulheres nus, o povo enlouquecido e envolvido por aquelas vibrações inebriantes, deixava entrever o “carnis levale”, que significa "retirar ou ficar livre da carne", a fim de viver intensamente aquele momento regado de paixões delirantes. Tudo era possível, tudo era permitido. Segundo historiadores, era a preparação para um grande período deabstinênciaeque viria logo após aquela festa, numa tentativa da Igreja Católica se enquadrar numa festa pagã.
No Rio de Janeiro, a situação não é diferente. OGuinness Bookcomo o maior Carnaval do mundo, com um número estimado de 2 milhões de pessoas, por dia, nos blocos de rua da cidade. É a festa da liberação, do tudo pode, regada a altos índices de morte e violência.
Nós que já estudamos a Doutrina Espírita, sabemos que os mundos corpóreos e extracorpóreos estão interligados, e na festa da carne, aqueles que ainda se comprazem com os prazeres desordenados que se apresentam na terra, se afinizam ainda mais àqueles que com os mesmos pensamentos se deleitam e se comprazem em atitudes correlatas, formando um cordão de encarnados e desencarnados unidos pela loucura.
Segundo os benfeitores espirituais, o carnaval ainda guarda vestígios das festas mundanas da Antiguidade. Regado a todo tipo de exageros, o carnaval possibilita a ação de irmãos menos felizes que ainda se deleitam com as vibrações que conseguem extrair dos foliões encarnados.
Na palavra do médico dos pobres, Doutor Bezerra de Menezes, como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso vai passar, todas as manifestações ruidosas de nossa inferioridade desaparecerão da face da Terra. Nosso intuito é caminhar sempre para a luz e, assim sendo, todas essas emanações darão lugar aos nossos melhores sentimentos. Será o homem despertando para a beleza e para os espetáculos de arte, para a boa música, sem os arroubos da carne e do desregramento doentio que ainda se vê em nossos dias.
Aqueles que insistem em buscar esse intercâmbio, durante o sono, segundo nos esclarecem os espíritos, frequentam as regiões de baixo teor vibratório que atraem os espíritos desequilibrados e desses seres, mas porque a eles se ligam pelo pensamento, acolhendo as tendências de cada um como ímãs que se atraem para o mal.
Ao estudar a palavra educativa do mundo espiritual, nosso propósito se torna a domar as tendências animalescas que ainda existem em nós, buscando a nossa reforma íntima e tentando aplicar novas atitudes através da prece e da leitura edificante.
Há os que preferem os retiros, isolando-se em regiões bucólicas. Os jovens espíritas buscam ambientes juvenis de estudo e música; tomemos como exemplos de nossas Comeerj’s, onde num ambiente sadio os jovens oram, aprendem um pouco mais sobre a eternidade da vida e a qualidade de nossas vibrações.
Afinal, esse deve ser o nosso ponto de equilíbrio.
22/02/2017
Francisco, estudioso da Doutrina Espírita, palestrante, praticamente criado no centro, passava por um período conturbado em sua vida, daqueles que todos nós vivenciamos, nas quebradas da reencarnação.
Saudades de um parente desencarnado, problemas no ambiente profissional, arrependimento por posturas adotadas, confusão diante das decisões... Aquela nuvem negra pairava sobre a cabeça de Francisco, que andava para lá de atormentado.
Amigo do trabalho indicou a Francisco uma dita casa espiritualista, na qual os médiuns, incorporados, davam consultas aos visitantes. Disse lá ser muito bom e que com certeza encontraria a ajuda que buscava.
Meio ressabiado, Francisco tomou o rumo do templo indicado no dia agendado, é lá se juntou à fila de consulentes. Na vez anterior à sua, o espírito, com o linguajar apropriado daquela circunstância, orientava uma mulher que havia sido abandonada pelo marido. Na vez de Francisco, curiosamente, o espírito manifestante deixou de lado o linguajar típico e de forma sutil perguntou o que ele fazia ali, no mais puro vernáculo.
Francisco, meio envergonhado, narrou suas angustias e o espírito, de maneira firme e afetuosa, informa-o que ele já detinha os elementos necessários à superação daquela situação, recomendando que ele lesse determinado capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo e que não descuidasse da prece e da vigilância dos pensamentos.
Nosso consulente sorriu para o espírito, percebendo o puxão de orelha fraterno, agradeceu a orientação e seguiu reflexivo, com disposições renovadas para a mudança de atitudes.
André Luiz, na obra Agenda Cristã, psicografia de Chico Xavier, afirma que “Não viva pedindo orientação espiritual, indefinidamente. Se você já possui duas semanas de conhecimento cristão, sabe, à saciedade, o que fazer”. Gandhi, conforme obra de Humberto Rohden, dizia que “(...) se se perdessem todos os livros sacros da humanidade, e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido”. Os caminhos evolutivos são simples na teoria e complexos na prática.
Conselhos diretivos provocam mudanças, mas o primado é da reflexão. Ignoramos o tesouro que trazemos, nos conhecimentos libertadores da Doutrina Espírita, um manancial que esclarece, consola, orienta e que nos dá base segura para prosseguir. Não é adorno, é ferramenta de evolução, colete salva-vidas nas situações difíceis, farol nas nossas decisões, chave libertadora dos medos.
A prática espírita nos apresenta ferramentas que trazem autonomia ao religioso, como o estudo que fomenta a reflexão, a prática que abranda o coração e a reunião mediúnica de socorro aos espíritos sofredores, que nos trazem uma percepção produtiva do fenômeno mediúnico.
Faz-se necessário reconhecer a dádiva do espiritismo vivo e praticado e de como ele pode servir de instrumento para a nossa encarnação. Fórmulas mágicas, atalhos, rituais, simbolismos, elementos naturais do espírito encarnado e que nos ajudam a nos encontrar, mas que podem nos escravizar a forma. A tática espírita vem munida da reflexão vinculada à prática e tem um caráter libertador, que nos possibilita prosseguir, a passos firmes.
Cada credo, cada segmento trabalha a espiritualidade dos seus, de acordo com a cultura, com a afinidade, a história e o seu grau de entendimento. A doutrina espírita apresenta um caminho, por nós escolhido, que também possui os elementos necessários para a nossa libertação espiritual, nos possibilitando avançar sem muletas.
Quem nunca tomou seu puxão de orelha? Quem nunca esperou uma palavra mais diretiva dos espíritos? O convite posto é a caminhada e o espiritismo é um dos caminhos nos permite isso de maneira autônoma, consciente, em um desafio da nossa tarefa de evolução, que aceitamos pouco a pouco, a cada dia.
09/01/2017
O Brasil vive um momento muito delicado economicamente. Os números revelam: estamos em uma crise econômica. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego subiu ainda mais no segundo trimestre deste ano e chegou a 8,3%, a maior registrada desde 2012. A pesquisa revelou também que houve uma redução significativa no número de trabalhadores com carteira assinada, uma queda de 971 mil em comparação com o mesmo período do ano passado.
O impacto disso já chegou às instituições espíritas que atendem aos irmãos necessitados. As doações caíram muito e algumas já temem não conseguir pagar as contas. Na Baixada Fluminense, o Abrigo Luz de Escol, localizado na rua Antônio Vieira, 472, bairro da Luz, Nova Iguaçu, já estuda uma forma de tentar novos meios de arrecadação.
A Instituição, que cuida de 60 idosos carentes e doentes, teve uma redução de cerca de 50% nas doações em dinheiro e mantimentos. O abrigo, que não recebe qualquer tipo de ajuda governamental, tem um gasto mensal aproximado de R$ 65.000,00, para a compra de alimentos, medicamentos, pagamentos de salários dos 38 funcionários exigidos por lei e outros gastos: “nós da diretoria vamos atrás de novos amigos, parcerias, que possam nos ajudar”, disse em entrevista o Presidente do Abrigo, Franklin Pacheco de Oliveira Mota.
O Abrigo Luz de Escol existe há 23 anos e surgiu a partir do sonho e do trabalho de Jorge Mantilha, um espírita que se dedicou até o último dia de vida a ajudar os idosos doentes e carentes atendidos na Casa. Jorge desencarnou em 2012. A preocupação da diretoria agora aumenta ainda mais com a aproximação do pagamento do décimo terceiro salário dos funcionários: “é um direito deles e a gente tem que pagar. Isso me incomoda muito! Mas eu acredito que vamos superar isso. Estamos cheios de problemas, mas aos poucos vamos resolvendo. Espero que outros possam vir e somar para ajudar”, declarou Franklin cheio de esperança.
O pagamento do décimo terceiro salário nos meses que encerram o ano é uma preocupação também para o Hospital Pedro de Alcântara, mantido pela Associação Espírita Obreiros do Bem. Eles precisam arrecadar R$ 180.000,00 para o pagamento dos cerca de 70 funcionários, entre médicos, enfermeiros e outros. O Hospital, localizado na rua Santa Alexandrina, 667, no Rio Comprido, zona norte do Rio, atende a 60 mulheres internas com doenças psiquiátricas. E está pedindo ajuda através de campanhas nas redes sociais.
O espírito Emmanuel, na lição 49, no Livro da Esperança, psicografado por Chico Xavier, nos chama a responsabilidade quando a administração do dinheiro que dispomos: “a Doutrina Espírita nos ensina a encontrar no dinheiro um agente valioso e neutro a pedir-nos emprego e direção. Dá-lhe passagem para o reino do bem, agindo e servindo-te dele, a benefício de quantos te partilham a caminhada e estarás em conjunção incessante com o Suprimento Divino que te abençoará e te resguardará a presença na Terra, por fonte viva do Eterno Bem”.
Mas não é só com o dinheiro que praticamos a caridade, é com o nosso amor. Além da diminuição de doações financeiras, muitas instituições estão sentindo a perda de voluntários. É o caso do Lar Anália Franco, que fica na Avenida Marechal Rondon, 875, no Rocha, Zona Norte do Rio. A Instituição, que hoje atende a 80 meninas carentes até 12 anos, completou no dia 22 de outubro, 93 anos de trabalho no bem. Ela foi fundada pelo próprio esposo da educadora, Francisco Antônio Bastos, três anos depois da desencarnação dela. Além da redução de cerca de 40% nas doações, o número de voluntários do Lar também caiu: “muitas vezes a pessoa tem que arranjar um segundo emprego para ajudar a família. Ou até mesmo voluntários antes aposentados, que tiveram que voltar a trabalhar por causa da crise”, esclareceu o vice-presidente, Luiz Fernando Paulo.
O Abrigo procura pessoas que possam ajudar na obra também com a caridade do tempo. No momento, eles precisam principalmente de profissionais de informática, para ensinar às meninas e aos pais: “o grande pedido que a gente faz é que a pessoa venha, querendo colaborar com compromisso, trazer os seus dons, suas habilidades, nem que seja uma horinha por semana”, ressaltou Luiz Fernando.
Em O Livro dos Espíritos, capítulo XI, da Lei da Justiça, de Amor e de Caridade, na lição 888, item a), São Vicente de Paulo nos diz: “o homem de bem, que compreende a caridade de acordo com Jesus, vai ao encontro do desgraçado, sem esperar que este lhe estenda a mão (...) Sede pois caridosos, praticando não só a caridade que vos faz dar friamente o óbolo que tirais do bolso ao que vo-lo ousa pedir, mas a que vos leve ao encontro das misérias ocultas”.
Fora da Caridade não há salvação
O título do capítulo XV, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, já é claro quanto à responsabilidade do espírita em praticar a caridade. Mas o que realmente significa isso?
No item 3, do mesmo capítulo, Kardec assinala: “toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, isto é, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho”. Já em O Livro dos Espíritos, capítulo XI, parte terceira, os espíritos nos dão o verdadeiro conceito da palavra caridade: “benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão para as ofensas”. E Kardec complementa: “caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores”.
É através da caridade que conseguimos realizar a nossa reforma íntima, porque é com ela que vencemos o egoísmo ainda existente em nós. No capítulo XII, item 917, de O Livro dos Espíritos está escrito: “o egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade o é de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra, tal deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se quiser assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro”.
No livro Fonte Viva, lição 117, Emmanuel, por psicografia de Chico Xavier, ressalta: “sem dúvida, em nos reportando aos bens materiais, há sempre mais alegria em ajudar que em ser ajudado, contudo, é imperioso não esquecer os bens espirituais que, irradiados de nós mesmos, aumentam o teor e a intensidade da alegria em torno de nossos passos”.
Então amigos leitores, que amemos uns aos outros, que façamos ao irmão aquilo que queríamos que fizessem conosco, que possamos rever nossas doações como um todo, de dinheiro, tempo e principalmente de carinho e atenção, que possamos aproveitar as oportunidades de serviço a que o Mestre nos chama neste momento no qual todo o Planeta se encontra. Pois como nos disse Jesus (Mateus, 25:40) : “em verdade vos digo, todas a vezes que fizeste isso a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, a mim que o fizeste”.
09/12/2016
Muitos companheiros recém-chegados à Doutrina Espírita, encantam-se pelas nobres aspirações espíritas, pela sabedoria dos mentores, a vasteza bibliográfica, trazem a si novas perspectivas proporcionadas pela esperança libertadora espírita e vislumbram, rapidamente, a possibilidade de encaminharem a respectiva felicidade.
Contudo, o adquirir da cultura espírita é a mais fácil das etapas, o grande desafio reside em assimilá-la espiritualmente, na prática cotidiana, nas ações profissionais e familiares, quando existem os observadores e críticos contumazes, nos momentos de dúvidas existenciais, ou ainda nos instantes onde a tristeza e insegurança invadem a alma.
Diante das tormentas e desafios, os conceitos devem vir à tona de forma cíclica e persistente, como ondas que alcançam a praia. Naturalmente, quanto mais claros e associados ao cotidiano os conceitos espíritas se encontrarem, maior o alcance da compreensão e melhores serão os resultados.
A reforma íntima, por exemplo, dentre as expressões espíritas de maior repetição, leva a dúvida de muitos: Quando operá-la? Como identificar os momentos de aplicação preventiva? Qual a medida de percepção de avanços? É necessário entendê-la de forma prática e cotidiana, clara e identificada com a vida.
De forma bem didática, a reforma íntima é uma troca, quando optamos em sacrificar um prazer momentâneo e imediato, em favor de um bem maior a longo prazo. Reforma íntima, é quando entendemos que aquela satisfação, em nossas mãos, não é a melhor escolha e decidimos aboli-la de nossas vidas, visando a felicidade futura.
Seguem alguns exemplos didáticos, apenas para fins de entendimento.
De uma forma bem superficial, os exemplos acima fazem-nos avançar no entendimento da reforma íntima na prática, contudo os desafios são bem maiores.
O exemplo acima, pode ser aplicado em diversos outros instantes da vida: Perante a ofensa, a discórdia, a picuinha, implicância, provocações, quando nos sentirmos convidados a maledicência perante o irmão que nos atinge, diante de pormenores sem importância etc.
A resposta aos males da vida, e grande companheira da reforma íntima, são a perseverança e o perdão. A perseverança irá nos lembrar diariamente de que é necessário resistir às investidas do imediatismo, diante das tentações de curto prazo. Ao passo que o perdão será o suporte da perseverança, quando a ira, a intolerância ou a ansiedade desejarem apresentar-se em nossas vidas.
Quando escolhemos o perdão, praticamos a reforma íntima na sua essência, pois decidimos trocar o falso prazer momentâneo da investida violenta ou a vingança contra o próximo pela paz de espírito futura. Escolhemos perdoar ao ofensor, agressor, adversário do momento, em prol do equilíbrio, libertando-nos das culpas por atos irresponsáveis, cruéis ou intolerantes, os quais trazem os traumas e mágoas, além de não desenvolverem o ser psicológico, o qual conduz a maturidade do espírito e a saúde integral. As escolhas infelizes, ao contrário, desenvolvem no ser espiritual as conhecidas doenças da alma: Ansiedade e melancolia, as quais levam as graves consequências, tais como síndrome do pânico, Alzheimer e depressão.
Tudo isto por optarmos ao não perdão , a favor do imediatismo, e em detrimento a felicidade futura, postergando para as próximas vidas, sob consequências desconhecidas, a escalada espiritual através da reforma íntima.
22/10/2016
ASPECTOS DA DESENCARNAÇÃO DE FREDERICO FIGNER NO LIVRO VOLTEI – COMO PARTICIPAR DE UM VELÓRIO – OS ESPÍRITOS NÃO FICAM NAS SEPULTURAS
Frederico Figner, que no livro Voltei adotou o pseudônimo de “irmão Jacob”, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, foi diretor da Federação Espírita Brasileira e espírita atuante, prometeu escrever do além tão logo lá chegasse. Quando encarnado, acreditava que a morte era uma mera libertação do espírito e que seguiria para as esferas de julgamento de onde voltaria a reencarnar, caso não se transferisse aos Mundos Felizes. Mas, conforme seu depoimento, o que aconteceu após a sua desencarnação não foi bem assim.
Deixou-nos um alerta. "Não se acreditem quitados com a Lei, atendendo pequeninos deveres de solidariedade humana."
Quando ainda doente no mundo espiritual, pediu para escrever sobre o que acontece após morte. Recebeu permissão, mas encontrou dificuldades fluídicas. Ofendeu-se quando foi impedido de se comunicar.
Irmão Andrade, seu guia espiritual, ajudou na sua desencarnação. Ele sentiu dois corações batendo. A visão alterava-se. Sentia-se dentro de um nevoeiro enquanto recebia passes. A consciência examinava acertos e desacertos da vida, buscando justificativas para atenuar as faltas cometidas.
De repente, viu-se à frente de tudo que idealizou e realizou na vida. As ideias mais insignificantes e os mínimos atos desfilavam em uma velocidade vertiginosa. Tentou orar, mas não teve coordenação mental. Chorou quando viu o vulto da filha Marta aconselhando-o a descansar.
PRECISARIA DE MAIS TEMPO PARA O DESLIGAMENTO TOTAL
Durante o transe, amparado por sua filha Marta, tentou falar e se mexer, mas os músculos não obedeceram. Viu-se em duplicata, com fio prateado ligando-o ao corpo físico. Precisaria de mais tempo para o desligamento total.
Sua capacidade visual melhorou e divisou duas figuras ao lado da filha Marta: Bezerra de Menezes e o irmão Andrade. Tentou cumprimentá-los, mas não conseguiu se erguer. Continuava imantado aos seus objetos pessoais. Precisava sair daquele ambiente para se equilibrar.
Foi levado para perto do mar para renovar as forças. As dores desapareceram. Descansou. Teve a sensação de haver rejuvenescido e notou que estava com trajes impróprios, na ilusão de encontrar alguém encarnado.
Na volta para casa, vestiu um terno cinza. Uma senhora encarnada que caminhava em direção a eles passou sem que nada ocorresse de ambos os lados. Recomposto da surpresa foi informado que estão em dimensões diferentes. No velório, projeções mentais dos presentes provocam-lhe mal-estar e angústia.
No velório, Jacob analisou as dificuldades e as lutas de um "morto" que não se preparou. Os comentários divergentes a seu respeito provocaram-lhe perturbações passageiras. Continuava ligado ao corpo. Bezerra esclareceu que não é possível libertar os encarnados rapidamente, depende da vida mental e dos ideais ligados à vida terrestre.
A Conversação. Jacob melhorou e se aproximou de amigos encarnados, mas não do corpo, conforme orientação recebida. Percebeu entidades menos simpáticas e foi impedido de responder. Decepcionou-se com comentários de amigos encarnados sobre as despesas do enterro. Não conseguiu suportar estes dardos mentais.
ENTERROS MUITO CONCORRIDOS
Viu círculos de luz num dos carros, e percebeu orações a seu favor, e alegrou-se. Assistiu de longe, pois Bezerra informou que enterros muito concorridos impõem grande perturbações à alma. Descobriu que quem não renunciou aos hábitos e sentidos do corpo demora para se desprender.
Entre companheiros. Finalmente liberto do corpo, Jacob visitou seu lar e seu núcleo de trabalho. Abraçou amigos e seguiu em direção à praia para se reunir com outros espíritos recém-desencarnados. Durante o trajeto, ficou preocupado por não lembrar de vidas passadas e por não saber onde iria morar. Sua filha garantiu que tudo seria solucionado pouco a pouco.
Minutos depois, respeitável senhora chegou acompanhada de benfeitores e saudou a todos. Jacob viu uma luz irradiando de seu tórax e sentiu inveja. Marta o repreendeu. Bezerra fez uma preleção informando que aqueles que não tiverem serenidade terão dificuldades no caminho que será percorrido até a colônia espiritual.
COMO DEVEMOS PARTICIPAR DE UM VELÓRIO
Como se trata de um evento muito delicado para o desencarnante, gostaríamos de relacionar alguns comportamentos para todos aqueles que se dirigirem a um velório:
- Orar com sinceridade em favor do desencarnante e de sua família, compreendendo que mais cedo ou mais tarde chegará a nossa hora e que, então, constataremos o gigantesco valor da prece a nós dirigida em situações como a desencarnação;
- Esforçar-se para não lembrar episódios infelizes envolvendo o desencarnante, compreendendo que todo pensamento tem elevada repercussão espiritual;
- Estar sempre disponível para o chamado “atendimento fraterno” com os irmãos presentes, mas não esquecer que o velório não é uma situação adequada a debates de natureza filosófico-religiosa;
- Respeitar a religião de todos os presentes e os cultos correspondentes a essas crenças, buscando contribuir efetivamente para a psicosfera de solidariedade do ambiente mesmo que em silêncio;
- Não perder o foco do objetivo maior da presença no velório, que é o auxílio espiritual ao desencarnante e aos familiares, assim como aos Espíritos desencarnados que estejam no local necessitando de auxílio através da oração para contribuir no desligamento do desencarnante;
- Se convidado a enunciar prece ou algumas palavras de homenagem ao desencarnante, tomar o cuidado de manter sempre a brevidade, a objetividade e o otimismo, evitando quaisquer imagens negativas que possam ser sugeridas por nossas palavras em relação aos irmãos presentes, sejam eles encarnados ou desencarnados;
- Aproveitar a ocasião para refletir sobre a impermanência de todas as situações materiais da vida física, fortalecendo o nosso desejo de amar e servir durante o tempo que ainda nos resta no corpo físico.
OS ESPÍRITOS NÃO FICAM NAS SEPULTURAS
Como se sabe, a visita às sepulturas apenas expressa que lembramos do amado ausente. Mas não é o lugar, objetos, flores e velas que realmente importam. O que importa é a intenção, a lembrança sincera, o amor e a oração. Túmulos suntuosos não importam e não fazem diferença para quem parte.
No programa Debate na Rio, que apresento na Rádio Rio de Janeiro, um ouvinte perguntou onde ele poderia orar no dia 2 de novembro pela alma de um amigo que foi cremado, e as cinzas jogadas no mar. Eu respondi que ele poderia orar de um leito de hospital, no templo religioso, em casa ou na prisão, pois não é preciso ir ao cemitério para orar pelo falecido. Os espíritos desencarnados não ficam nos túmulos presos aos despojos mortais. Eles continuam vivendo perto de nós ou nas Colônias Espirituais, como “Nosso Lar”, mostrada em filme.
Podemos, portanto, orar pelos espíritos, onde estivermos. O lugar não importa, desde que a prece seja sincera. Da mesma forma que ligamos pelo celular para alguém que mora em outro país, podemos também orar de qualquer lugar para os entes queridos que vivem na pátria espiritual, usando o “celular” do pensamento. Quando oramos, a força do pensamento emite um fio luminoso impulsionado pelo sentimento de amor, indo ao encontro do espírito para o qual rogamos as bênçãos de Deus.
Porém, o que importa é orarmos com sinceridade em benefício deles; afinal, se os nossos parentes e amigos já são felizes, as nossas preces aumentarão ainda mais essa felicidade. Por sua vez, caso estejam sofrendo, como os espíritos dos suicidas, as nossas orações têm o poder de aliviar os seus grandes sofrimentos. Isso acontece quando oramos; a força do nosso pensamento emite um fio luminoso impulsionado pelo sentimento de amor, que segue em direção ao espírito para o qual rogamos as bênçãos de Deus.
FALAR COM OS DESENCARNADOS PELA ORAÇÃO
Quando sentimos saudade dos parentes ou dos amigos que estão vivendo muito distantes de nós, simplesmente telefonamos para eles, matando a saudade. Assim acontece, também, quando sentimos falta dos entes queridos que partiram para o mundo espiritual, e falamos com eles através da oração. Para tanto, usamos o “celular” do nosso pensamento, pois ao orarmos, emitimos um fio luminoso que é impulsionado pelo sentimento de amor, que vai em direção a esses espíritos que continuamos amando e que continuam a nos amar. Pelo “celular” do nosso pensamento, podemos ligar para eles de qualquer lugar onde estejamos.
Mas veja só, leitor amigo: se antes eu já não ia ao cemitério no Dia de Finados, agora muito menos, após ler a mensagem enviada por um “morto” através do médium Chico Xavier. O espírito, cujo corpo foi enterrado no dia dois de novembro, relata o sufoco porque passou, diante da grande perturbação no ambiente espiritual do cemitério. Essa mensagem psicografada, do livro Cartas e Crônicas, citei também no capítulo “Finados”, do livro de nossa autoria O Que Ensina o Espiritismo, ambos disponíveis no CEERJ, tel: (21) 2224-1244.
FRED FIGNER – IRMÃO JACOB DO LIVRO VOLTEI
PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER
05/09/2016
O capítulo XVII d’O Evangelho Segundo o Espiritismo, começa com o seguinte ensinamento: “Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e vos caluniam. Porque se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa haveis de ter? Os publicanos também não fazem o mesmo? E, se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de especial mais que os outros? Os gentios também não fazem assim? Sede, pois, vós outros, perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito”. Mt (5:44)
Esses são os caracteres da perfeição apresentados por Jesus, e Ele já começa afirmando que temos inimigos quando diz: “Amai os vossos inimigos”. Ele não pergunta se os possuímos, Ele afirma. Então, quem são os nossos inimigos? Como poderemos amá-los se não os conhecemos? Mas basta um olhar mais atento para encontrá-los: desestrutura na família, violência, exploração no trabalho, políticos, competição de toda ordem... São muitos os inimigos.
A própria sociedade se encarrega de identificar os inimigos do momento, e toda a história humana foi assim: “lá está o inimigo”, “ali reside o mal”, precisamos nos afastar, ignorar, eliminar... E o mal permanece, entramos e saímos das existências e o mal nasce e renasce na humanidade.
E se eu descubro que meu maior inimigo reside em mim, e que é justamente esse o inimigo que preciso amar?
Quais são, então, os inimigos que precisamos amar?
Conforme Jung1, “muitas vezes é trágico ver como uma pessoa estraga de modo evidente a própria vida e a dos outros, e como é incapaz de perceber até que ponto essa tragédia parte dela e é alimentada progressivamente por ela mesma”. E diante dessa reflexão não nos é possível o engano, causamos o mal e muitas vezes nos portamos como o ‘inimigo’ para o outro, e pior ainda, somos o nosso maior inimigo. Será que estávamos procurando os inimigos no lugar errado, ou talvez projetando nos outros o que não reconhecemos em nós?
Será que os nossos reais inimigos não são outros: Insegurança; Perfeccionismo, Falta de humildade, Falta de respeito, Vitimização, Controle, Racionalização, Inveja, Deslealdade e Infidelidade etc.?
Não seriam esses os nossos inimigos, que nos impedem de olhar profundamente a vida e de amar ao outro, já que não os reconhecendo em nós os projetaremos e não conseguiremos amar ao próximo quando ele nos revela o que somos? Será que a nossa limitação em percebermos quem somos não esbarra exatamente nesses inimigos?
Como podemos amar, então, os nossos inimigos?
O primeiro passo é aceitarmos profundamente o que somos, pois caso contrário não poderemos mudar. Se não descobrirmos onde reside o nosso mal estaremos todo o tempo atendendo à demanda do ego, ou seja, estaremos acreditando que as respostas estarão fora e que somos realmente pobres vítimas da vida.
Jesus, em Sua profunda capacidade de compreender a natureza humana, sabia que não tínhamos capacidade para “sermos perfeitos tal qual o Pai celestial”, mas como explica Kardec n’O Livro dos Espíritos, os homens daquela época (e nós também) não compreenderiam suas palavras se fossem ditas de outra maneira. Mas à criatura não é dada a capacidade de ser como o Criador, pois conforme afirma Joanna de Ângelis2: “... nenhuma possibilidade existe de alguém ser ‘perfeito como perfeito é o vosso Pai Celestial. Não obstante, se pode inferir que é possível despojar-se do primarismo, como o diamante que para brilhar deve libertar-se de toda a ganga, passando pela necessária lapidação...”.
Ser perfeito na condição humana é esforçar-se para se tornar melhor a cada dia, buscando uma conexão profunda com Deus, vivendo a vida como Cristo nos ensinou, com dignidade e integralidade, com coragem e acima de tudo com amor. Assim entendida a perfeição, a nossa finalidade deve ser a busca da totalidade, a unicidade com Deus. E Deus reside onde poucos de nós O procuramos.
18/08/2016
Já há algum tempo, os jornais noticiam casos de atentados aos Templos Umbandistas e Candomblecistas, como, igualmente, aos Centros Espíritas. No final do século XX, no bairro da Abolição, na Cidade do Rio de Janeiro, o Núcleo Espírita Cristo Consolador foi apedrejado, propiciando que muitas vozes discordantes fossem levantadas, denunciando o fato e protestando contra tamanho absurdo. Portanto, casos de intolerância religiosa já acontecem com alguma frequência em nosso meio há décadas.
À guisa de solidariedade a todos os nossos queridos irmãos umbandistas e candomblecistas, como também aos estimados profitentes da minha excelsa crença espírita, com muito prazer, faço algumas considerações, a seguir enumeradas:
1- Algumas vezes, visitei a saudosa médium Ivonne A. Pereira, em sua residência, no bairro de Piedade, e sempre fui recebido com muito carinho e apreço. Certa feita, abordando o tema do extremismo envolvendo alguns grupos religiosos, a estima medianeira enfatizou que muitos dos mais fanáticos seguidores de suas seitas são irmãos judeus intolerantes do pretérito que rejeitaram Jesus e, reencarnados, hodiernamente, tentam, de qualquer forma, impor a conversão dos indivíduos às suas seitas, forçando a aceitação do Cristo à sua moda, ou seja, intransigentemente. Na realidade, inconscientemente, diligenciam retirar de si mesmos o pesado remorso que lhes aflige;
2- Os ingênuos seguidores dessas seitas são manipulados por sagazes e espertos líderes que utilizam a Bíblia como fonte de renda, enriquecendo-se à custa do Cristo que, contrariamente ao que pregam, exortava: “... de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:8) e que expulsou a todos os que ganhavam dinheiro, fazendo comércio no Templo de Jerusalém, dizendo: “Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de ladrões” (Mateus 21: 12-13);
3- Os pseudoguias dessas denominações religiosas utilizam, em suas pregações, de maneira peremptória, a figura medieval e lendária do diabo. Por sinal falam mais dele do que de Deus, atemorizando e intimidando os fiéis da sua crença;
4- Intentam exorcizar o demônio e os espíritos inferiores, com a utilização dos mesmos métodos e propósitos desmoralizados, na cidade de Éfeso, pelo discípulo Paulo. Esses pretensos expelidores de influências malignas foram chamados de “exorcistas ambulantes” e desmascarados, em sua impostura, segundo relata o livro Atos dos Apóstolos, capítulo dezenove, versículos treze e dezessete;
5- É inconcebível que pessoas ditas seguidoras de Jesus agridam fisicamente o semelhante, conforme aconteceu recentemente, na cidade do Rio de Janeiro, com a menina candomblecista Kailane Campos, de 11 anos, levando uma pedrada na cabeça, quando deixava o seu local de trabalho religioso, no bairro Vila da Penha. Devido à agressão, a jovem chegou a desmaiar e perder momentaneamente a memória. Segundo relato dos jornais, testemunhas narraram que ela foi atacada por religiosos violentos e foi vítima de intolerância religiosa. A ocorrência foi registrada na Polícia como lesão corporal e prática de discriminação religiosa. Foi noticiado, também, que os autores foram dois homens, os quais teriam xingado e provocado os adeptos do candomblé que estavam com a menina. Alguns dias depois, na Rua Humaitá, também situada no Rio de Janeiro, a Casa do Mago foi alvo, igualmente, de apedrejamento. Foram vistos três homens, um deles com um livro preto na mão, talvez a própria Bíblia, arremessando seis pedras contra o prédio, danificando imagens do local. Além disso, uma senhora teria sido atingida por uma das pedras.
Há alguns dias, precisamente em 19 de junho de 2015, o abnegado médium Gilberto Arruda, que tive a oportunidade de conhecer, de admirar e de ter sido também ajudado, trabalhador do Centro Espírita Lar Frei Luiz, na Estrada da Boiúna, na Taquara, Zona Oeste do Rio, segundo a imprensa, foi encontrado morto, amarrado e amordaçado, e tinha sinais de espancamento, principalmente no rosto. Até agora, não se sabe o motivo de tal violência. Muito estranha, porém, a informação de ter sido encontrado amarrado na cama, desde que a interpretação literal, a linguagem figurada de Apocalipse, capítulo 20, versa a respeito de o Diabo ser amarrado por mil anos e desde que crentes pseudo-religiosos, os mais exaltados, ingênuos e ignorantes, clamem que “o Espiritismo é regido por Satanás” e que possuem poderes de “amarrar o maligno”. Que as vibrações harmoniosas de todos os amigos reconhecidos do médium Gilberto sejam espargidas sobre ele, sabendo que o estimado companheiro ressurge feliz, na Espiritualidade, tendo passado com êxito pela prova que já estava programada antes da sua reencarnação. Sabe-se, em Mateus 18:7, que o escândalo é necessário (ele precisou passar por essa dolorosa experiência), mas ai daqueles por quem vem o escândalo (dignos de amparo os que impetraram esse ato contrário às leis divinas);
6- O Mestre ensinou à Humanidade o mandamento do “amor ao próximo” e, quando designou os setenta mensageiros, Jesus reafirmou a não violência, falando: “Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo: Paz seja nesta casa” (Lucas 10;5). Do Sermão da Montanha pode ser extraído: ”Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mateus 5:5). Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5:9). O Cristo disse: “Todo aquele que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento” (Mateus 5:22). “Fazei aos homens o que queiras que vos façam...” (Mateus 7:12);
7- Jesus exemplificou a tolerância e a caridade. Quando o apóstolo João lhe disse que proibira um homem de trabalhar pela sua causa já que não fazia parte do grupo dos discípulos, o Mestre exclamou: “Não proibais; pois quem não é contra vós outros, é por vós” (Lucas 9:49-50). Quando alguns dos seus mensageiros foram expulsos de uma aldeia de samaritanos, Tiago e João queriam sua permissão para revidar a agressão e o Mestre os repreendeu (Lucas 9:52-56);
8- Para os adeptos de seitas intolerantes e anticristãs, os demais religiosos são anatematizados, principalmente, os seguidores dos cultos afro-brasileiros e os espíritas que são enquadrados injustamente como heréticos e por esse motivo são mais desprezados. Interessante frisar que assim também pensavam e agiam os judeus ortodoxos do passado a respeito dos samaritanos. Lamentavelmente, sentiam repugnância em manter relações sociais e religiosas com os habitantes do distrito de Samaria, na Palestina Central, os quais sofreram miscigenação com os assírios e assimilaram cultos idólatras (adoração de deuses por meio de imagens), misturando-os com a crença em Jeová. No ano de 129 a.C., os judeus destruíram o templo samaritano no monte Gerizim. Em que pese serem os samaritanos renegados pelos judeus, o Mestre Jesus cita, exatamente, um samaritano como modelo de amor ao próximo e de salvação, em seu diálogo com o doutor da lei. O Cristo desenvolve uma parábola, na qual um homem, espancado por ladrões e abandonado semimorto em uma estrada, foi ignorado por um sacerdote (aqui um representante das religiões) e por um levita (uma autoridade), sendo socorrido por um marginalizado pela sociedade judaica, rejeitados por todos;
9- Muito triste constatar que o Cristianismo continua deturpado pelos homens preconceituosos, intolerantes e fanáticos. Contudo, Jesus permanece transparente e intocável em seus profundos ensinamentos. Os verdadeiros cristãos, além de se manter em oração diante desses violentos e ignorantes pseudo-religiosos e emitir vibrações de perdão, devem cobrar das autoridades constituídas ações eficazes para sustar essas ações nefastas e punir seus articuladores.
10- Na dimensão espiritual, sofrendo o rigor das ações más que engendraram na Terra, ouvirão, assenhoreados por um remorso intenso, as palavras proféticas do excelso e amoroso Jesus: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus (...) Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios (espíritos maléficos), e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: NUNCA VOS CONHECI. APARTAI-VOS DE MIM, OS QUE PRATICAIS A INIQUIDADE” (Mateus 7: 21-23).
07/08/2016
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna1”.
Gostaria de propor um olhar símbolo da Santa Ceia: um chamado para o nosso sacrifício. Mas o que precisamos realmente sacrificar?
O que sentimos, qual estado emocional que nos encontramos? Normalmente negligenciamos esse aspecto como se nada significasse para nós. Estamos tão apartados de nós mesmos que somos meros desconhecidos em busca do caminho de casa. Onde foram parar os nossos valores? Como posso sentir-me verdadeiramente cristão se vivo, muitas vezes, egoisticamente preso a um mundo criado por mim para atender as minhas necessidades?
Não quero parecer pessimista, mas esse é o duro retrato da realidade de muitas pessoas: nos queixamos que a vida não está satisfatória e exigimos que o mundo mude para nos sentirmos melhores, lamentamos as nossas perdas financeiras e não nos damos conta que estamos perdendo a alma... Lamentável que, tal qual crianças emocionais, ainda não tenhamos compreendido o profundo significado de sermos Cristãos.
Estaremos nós preparados para “tomar a nossa cruz” e seguir o Mestre? Em primeira instância deveremos saber qual a nossa cruz, qual o fardo pesado (sombra) que carregamos nos ombros e que limita a nossa caminhada. No segundo momento precisamos realmente trazer para nós essa sombra e não mais querer projetá-la nos outros, na família, no governo, em Deus. Como escreveu Jung: “a sombra é problema moral que desafia a personalidade-ego como um todo...”, e rejeitamos a sombra porque não queremos que ela faça parte de nós, ignorando que sem ela não poderemos ser melhores e muito pouco poderemos fazer para melhorar o mundo que vivemos.
Podemos então pensar na última ceia tal qual um convite para entendermos a nós mesmos e conquistarmos uma nova vida. Quando nos ocuparmos com a tarefa quiçá dolorosa de compreender a nossa realidade íntima, provavelmente nos conectaremos aos nossos aspectos “inferiores”, nossos complexos e sombras, que estarão ali conosco, na nossa carne e no nosso sangue, mas ao mesmo tempo despertaremos o divino que existe em nós, e sentiremos, talvez pela primeira vez, efetivamente quem somos.
Qual o nosso objetivo na vida? Precisamos retirar o véu que encobre a verdade sobre nós, revelar o mistério que somos e encontrar dentro de nós os aspectos divinos até agora ocultos. Ter vida eterna é ter o poder de encontrarmos vida nova em nós mesmos, isto é, transformar o homem velho, com suas atitudes obsoletas, no homem novo, renascer em uma vida mais fecunda, mais significativa e de par com a nossa verdadeira natureza, Divina.
Mas tudo isso só será possível se tomarmos consciência do que acontece aqui e agora no nosso mundo interno. Sem essa percepção correremos sempre o risco de sermos levados pela onda coletiva, cheia de exigências, de valorização externa, de falsos aplausos, de distorção dos valores morais, das falsas necessidades e do distanciamento de Deus.
Todo o nosso esforço ao encontro do si mesmo nos aproxima de Deus, e cada passo em direção ao nosso calvário particular equivale, na mesma proporção, ao encontro com Deus em nós; fazer esse caminho, assim como Jesus, nos fará passar pela incompreensão e perseguição, pois assim é o caminho dos que escolhem servir ao Pai. Talvez seja exatamente por isso que “muitos somos os que ouvimos o chamado, mas poucos somos os que escolhemos Segui-lo”.
Para que tenhamos vida semelhante à do Cristo a nossa vida precisa ser sacrificial, o que equivale dizer que precisa ser devotada a algo maior do que o nosso próprio ego. Não me refiro unicamente aos sacrifícios materiais, mas ao sacrifício da vaidade, do orgulho e egoísmo e de tantos outros conteúdos morais que ainda contemos em nossa alma. Não é a perfeição eleita pelo mundo, mas esforço real em ser melhor hoje, isso sim nos possibilitará beber o vinho e comer o pão, assumindo para nós a missão de amor do Cristo.
29/07/2016
Exílio ou retorno a pátria espiritual?
O Mestre Jesus, durante sua passagem gloriosa pela Terra, deixou para toda a Humanidade a mensagem reconfortante de que estaria conosco por todo o sempre, não nos deixando órfãos. Enviaria o Consolador, que teria o escopo de ensinar todas as coisas e lembrar tudo o que ele pregou e exemplificou (João 16:26).
As falanges espirituais, instrutoras da codificação espírita, cumpriram as promessas do Cristo, levantando os véus dos chamados mistérios. Disse o amoroso Mestre dos Mestres: “O Consolador me glorificará porque há de receber do que é meu e vo-lo-á de anunciar” (João 16:14). Portanto, o Espiritismo revive a Doutrina de Jesus, em toda a sua pureza original, explicando-nos que as causa do sofrimento estão dentro de nós mesmos, refletindo a grande Justiça Divina de um Pai que é Amor (1-João 4:8).
A Doutrina Espírita ratifica o ensinamento contido no Salmo 28 de Davi: “Paga-lhe segundo as suas obras, segundo a malícia dos seus atos; dá-lhes conforme a obra de suas mãos, retribui-lhes o que merecem”. Como, igualmente, corrobora o Mestre, em Apocalipse 22:12: “...A cada um segundo as suas obras”.
Do mesmo modo, o Espiritismo clama que “a sementeira é livre, porém a colheita é obrigatória”. Os procedimentos certos ou errôneos, nos embates da vida, repercutem na vestimenta espiritual, vincando-a com as vibrações que o indivíduo logra criar. Os atos bons propiciam crescimento evolutivo espiritual, enquanto os equívocos necessitam de reparação, proporcionada pela chance do retorno à arena física.
Sem a presença marcante da reencarnação, acreditando-se em apenas uma vivência física, não há possibilidade de saldar a dívida contraída, desacreditando o Cristo quando ensina que não há prisão definitiva que não possa ser paga até o último centavo (Mateus 5:26). O próprio Jesus, após a crucificação, visitou e pregou aos espíritos em prisão (1 Pedro 3:19), revelando que não existe pena perpétua e, no renascimento na carne, muitas oportunidades de reajuste serão oferecidas
Nos arraiais da erraticidade, no período entre as reencarnações, estacionado na faixa evolutiva em que se encontra, impedido de alçar grandes voos, o espírito está envolvido por sua consciência. Aí padece o “inferno do remorso”, o qual constantemente o cientifica dos atos praticados em vivências reencarnatórias transatas e a necessidade da reparação dos equívocos.
Diante das leis divinas todos os homens são iguais. A diversidade dos instintos, das aptidões intelectuais e morais inatas observadas, resultam das vivências, das experiências e habilidades conquistadas ao longo do tempo através de inumeráveis reencarnações.
Quando usamos mal o livre-arbítrio, suprimindo a liberdade dos nossos semelhantes, impondo com violência as nossas ideias, prejudicando sobremaneira o nosso próximo, nos situamos contrários às leis naturais. Somos catalogados pelo Código Penal Divino, inserido em nossas consciências, como réus confessos, trazendo inscritas as sentenças em nossa intimidade espiritual, vivenciando intenso sofrimento interior.
Em verdade, o suplício não é para sempre. Perdurará enquanto o remorso estiver sendo vivido e, reencarnando, o ser terá a oportunidade ilimitada de sair da prisão construída dentro de si mesmo. Se vivenciar com coragem a resignação, a dor que surge no caminho, igualmente, poderá se purificar através da prática do amor, exercendo a caridade legítima e desinteressada de ganho material.
Vivenciava, na verdadeira pátria, que é a dimensão extrafísica, a condição de verdugo, agora, livre da expiação retificatória, do “escândalo necessário” (Mateus 18:7), retorna pelo portal da morte como servo, sem mais a presença desagradável da culpa a lhe consumir. Disse Pedro: “O amor cobre a multidão de erros” (1 Pedro 4:8).
Expiações coletivas
A ação do resgate pode acontecer, correlacionando-a com o tipo de infração. Se o mal foi praticado coletivamente, isto é, em conluio lastimável junto a um grupo de executores (“Ai daqueles por quem vem o escândalo” - Mateus 18:7), a liquidação dos débitos acontecerá com a presença de todos os protagonistas envolvidos, sendo o processo conhecido, na Doutrina Espírita, como expiação coletiva.
As desgraças sociais, envolvendo muitas vítimas, são relacionadas a fatores casuais pelos materialistas e espiritualistas menos avisados, o que caracteriza uma hipótese por demais simplória, não merecendo consideração, desde que a própria harmonia e ordem do Universo, como igualmente a grandeza matemática e estrutural das galáxias, apontam para uma causa inteligente. Aliás, a frase lapidar de Teófilo Gautier é sempre lembrada: “O acaso é talvez o pseudônimo de Deus quando Ele não quer assinar o seu próprio nome”.
Em “Obras Póstumas”, no cap. intitulado “Questões e Problemas”, há uma abordagem especial de Kardec e dos espíritos a respeito das expiações coletivas, comprovando a entidade Clelie Duplantier que faltas coletivas devem ser expiadas coletivamente pelos que, juntos, a praticaram. Disse que todas as faltas, quer do indivíduo, quer de famílias e nações, seja qual for o caráter, são expiadas em cumprimento da mesma lei. Assim como existe a expiação individual, o mesmo sucede quando se trata de crimes cometidos solidariamente por mais de uma pessoa. A propósito, o Codificador, em “A Gênese”, no capítulo 18, item 9, chama-nos a atenção de que a Humanidade é um ser coletivo no qual acontecem as mesmas revoluções morais que acontecem em cada ser individual.
Referências de Expiações Coletivas
Na literatura subsidiária espírita, temos algumas fontes de consulta a respeito do assunto em tela:
1- Em 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), aconteceu a enorme tragédia no Gran Circus Norte-Americano, relacionado, segundo o Espírito Humberto de Campos, como expiação coletiva, envolvendo romanos que assassinaram dezenas de cristãos, em uma arena na cidade de Lião, no ano de 177 ("Cartas e Crônicas, cap. 6, FEB);
2- O incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, com muitas vítimas, foi explicado como dívidas reportadas ao tempo das guerras das Cruzadas (“Diálogo dos Vivos", cap. 26);
3- Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, na questão 250 do livro “O Consolador”, esclarece-nos: “na provação coletiva verifica-se a convocação dos espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro. O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona então espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas na dívida do pretérito para os resgates em comum, razão por que, muitas vezes, intitulais – doloroso acaso – às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais”; e
4- André Luiz, no capítulo 18, do livro “Ação e Reação”, psicografado por Chico Xavier, descreve as palavras do benfeitor espiritual Druso, a respeito de um acidente ocorrido com uma aeronave, na qual pereceram 14 pessoas. Ressaltamos a informação de que “milhares de delinquentes que praticaram crimes hediondos em rebeldia contra a Lei Divina encontram-se, ainda, sem terem os débitos acertados”.
Diante de tais acontecimentos, os que desconhecem o nascer de novo, a reencarnação, podem, com certeza, bradarem: “Onde estava Deus quando tudo isso aconteceu?
Sem a explicação sensata das existências sucessivas, o mundo tem sua origem alicerçada no acaso, sendo o ateísmo o caminho a seguir por todos os que não aceitam a fragilidade dos argumentos dogmáticos, propagando uma só vivência física, com a criação do espírito junto com a formação do corpo de carne. Sem a crença reencarnacionista, não há como preencher o vazio da alma humana à procura de um esclarecimento a respeito de si mesmo e do porquê dos dramas que lhe afligem.
Dramática Colonização Europeia
No momento atual, a humanidade está perplexa com o fato de milhares de miseráveis subsarianos, sírios ou de Bangladesh morrerem na costa leste do Mar Mediterrâneo, em busca de exílio, principalmente em solo italiano. Durante a travessia por barcos, muitos desencarnam, famintos e doentes, outros por naufrágio.
Como explicar, sob o ponto de vista espiritual, semelhante tragédia de proporções realmente grandes, atingindo principalmente a Itália?
Podemos conjecturar que essa intensa tribulação (“é mister que venham escândalos”- Mateus 18:7) tem sua origem, em transatas vivências, nas quais esses mesmos espíritos, agora sofredores, participaram como algozes de ações deletérias, acarretando sofrimentos atrozes aos seus semelhantes (“Ai daquele por quem o escândalo vier”- Mateus 18:7), participando como protagonistas da violenta colonização europeia.
Por ser a Itália o país mais envolvido nesse dramático episódio, merece ser apontado o colonialismo italiano, o qual começou a mostrar suas garras a partir do final do século XIX, precisamente em 1885, com sua primeira colônia, Eritreia, sendo gasto muito dinheiro para apoderar-se de territórios intensamente pobres e distantes.
Alguns anos após, foram conquistadas a Somália, a Líbia e a Abissínia (hoje Etiópia). Milhares de pessoas morreram devido a essa empreitada colonialista. Somente na última batalha verificada na Abissínia pereceram cerca de 7.000 homens. Durante o domínio colonial italiano, na África, foram usadas armas proibidas, tais como gás venenoso e gás mostarda. Ao lado dos invasores italianos, apareceram com maior expansividade o colonialismo inglês e francês.
Agora, os invasores do pretérito aparecem reencarnados, no mesmo solo que pintaram de sangue, e com a roupagem física de africanos que tentam voltar às pátrias de origem, necessitando drasticamente de amparo, proteção e ajuda. Retornam como vítimas, deixaram de ser algozes.
Que tenhamos a certeza de que o Amor de Deus é incomensurável e existe uma razão espiritual para as tragédias que deixam aterrorizadas as criaturas terrenas. Tudo tem uma finalidade, a casualidade não existe. O Pai proporciona a redenção espiritual de todos nós, seus filhos, herdeiros e viajores do Cosmo, através de Sua eterna misericórdia e do Seu incomensurável Amor.
27/06/2016
O PASTOR CELSO SANTOS PRESIDENTE DA IGREJA BATISTA RENOVADA, EM MARINGÁ, CONCEDE ENTREVISTA À TV SOBRE A FOTO DO ESPIRITO MATERIALIZADO - OBSERVAÇÕES DE GABRIEL DELANNE SOBRE A MATERIALIZAÇÃO DE KATIE KING - O PERIGO DA CURIOSIDADE NUMA REUNIÃO DE MATERIALIZAÇÃO
O Pastor Celso Santos, presidente da Igreja Batista Renovada – IBR, de Maringá, concedeu uma entrevista à TV BANDEIRANTES ao programa local do apresentador Oséias Miranda, explicando como foi tirado a foto do espírito e cita um texto Bíblico para justificar a autenticidade do fenômeno ocorrido no dia no dia 7 de novembro de 2011, dia em que era realizada uma grande cruzada promovida pela referida denominação evangélica.
Esclareceu o Pastor Celso Santos, na sua fala, que a foto foi tirada por um celular de uma das fieis da igreja Batista Renovada - Missão da Fé – na Avenida Mauá, em Maringá. Na oportunidade, antes de falar sobre o fenômeno, ele leu uma passagem na Bíblia, pois segundo ele tem muitos que creem e outros não, registrada em 1º Coríntios 1:14, “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.
De muito tempo os registros de figuras em fotos relatadas como anjos têm gerado polêmicas no meio evangélico, mas, neste caso, o próprio pastor presidente da Igreja Batista Renovada em Maringá – Apóstolo Celso Santos - veio a público relatar o caso, mesmo porque segundo ele a pessoa que tirou a foto não tinha nenhum interesse em se promover e, dado a idoneidade dela, resolveu expor este acontecimento para conhecimento das pessoas.
OBSERVAÇÕES DE GABRIEL DELANNE SOBRE AS MATERIALIZAÇÕES DO ESPÍRITO KATIE KING
Como se vê, o fenômeno mediúnico ocorreu em uma igreja evangélica, porém a materialização de Espíritos sempre foi objeto de constatação de pesquisadores sérios, nesse caso, por Gabriel Delanne, discípulo e continuador da obra de Kardec. Ele reencarnou em Paris, França, no dia 23 de março de 1857; desencarnou em 15 de fevereiro de 1926, com 69 anos de idade. Engenheiro eletricista (que hoje se denomina eletrotécnico), formado pela Escola de Artes e Ofícios. As suas principais obras publicadas, hoje conhecidas em todo o mundo foram: Pesquisas sobre a Mediunidade, A Alma é Imortal, O Espiritismo perante a Ciência, O Fenômeno Espírita, A Evolução Anímica, As Aparições Materializadas de Vivos e Mortos, Documentos para o Estudo da Reencarnação e, finalmente, A Reencarnação.
Pois bem, na sua obra A alma é imortal, diz, ao analisar as materializações de Katie King pesquisadas por William Crokes, que os fenômenos de materialização constituem as mais altas e irrefragáveis demonstrações da imortalidade. Surgir um ser defunto diante dos espectadores com uma forma corpórea, conversar, caminhar, escrever e desaparecer, quer instantaneamente, quer gradativamente, sob as vistas dos observadores, é decerto o mais empolgante e o mais singular dos espetáculos. Isso, para um incrédulo, ultrapassa os limites da verossimilhança e provas físicas irrefutáveis se fazem necessárias, para que o fenômeno não seja lançado à conta de fraude ou de alucinação.
Em 1872, contava a Srta. Cook dezesseis anos. Desde a mais tenra idade via espíritos e ouvia vozes; mas, dado que somente ela observava esses fatos, seus pais nenhuma confiança depositavam em suas narrativas. Depois de haver ela assistido a algumas sessões espíritas, soube-se que a mocinha era médium e que obteria as mais belas manifestações.
A PRIMEIRA MATERIALIZAÇÃO DE KATIE
A 22 de maio de 1872, ocorreu a primeira materialização de Katie King. A própria médium narrou assim o fenômeno, em carta ao Sr. Harrison: “Ontem à noite, Katie King nos disse que tentaria produzir alguns fenômenos, mas se concordássemos em armar um gabinete escuro com o auxílio de cortinas. Acrescentou que precisava lhe déssemos uma garrafa de óleo fosforescente, visto não lhe ser possível tomar de mim o fósforo necessário, devido ao fraco desenvolvimento da minha mediunidade. Ela quer iluminar a sua figura, para se tornar visível”.
Encantada com a idéia, fiz os preparativos necessários, ficando tudo pronto ontem à noite, às oito e meia. Minha mãe, minha tia, os meninos e a criada sentaram-se fora, nos degraus da escada. Deixaram-me sozinha na sala de jantar, o que nada me agradou, porque estava com muito medo.
Katie mostrou-se na abertura das cortinas. Seus lábios se moveram e, por fim, conseguiu falar. Conversou durante alguns minutos com a mamãe. Todos puderam ver-lhe o movimento dos lábios. Como eu, do lugar onde estava, não a visse bem, pedi-lhe que se voltasse para mim. O Espírito me respondeu: “Mas, decerto; fá-lo-ei”. Vi então que só estava formada a parte superior do seu corpo, o busto, sendo o resto da aparição uma espécie de nuvem, ligeiramente luminosa.
Segundo Gabriel Delanne, William Crookes foi, na Europa, o primeiro cientista que teve o valor de comprovar, escrupulosamente, as afirmações dos espíritas. Muito cético, a princípio, suas investigações o conduziram progressivamente à convicção de que esses fenômenos são verdadeiros e não titubeou um único momento em proclamar, alto e bom som, a certeza em que resultou o seu trabalho. A partir daquele momento, ninguém foi mais capaz de deter o impulso recebido. Russel Walace, Lodge, Myers, Hodgson seguem pela senda aberta.
Dr. J.M. Gullyu’s medindo a pulsação do Espírito Katie King e
fazendo comentários a respeito.
CURIOSIDADE DURANTE UMA DAS REUNIÕES
Sobre o caso com William Volckman, verificou-se que, em dezembro de 1873, durante uma sessão em que se achavam entre os convidados, o conde e a condessa de Caithness, o conde de Medina Pomar e um certo W. Volckman, Katie King mostrou-se tão nitidamente que despertou suspeitas neste último. Volckman, subitamente, avançou contra Katie King, agarrando uma de suas mãos e prendendo-a pela cintura com o outro braço! Estabeleceu-se uma luta, na qual dois amigos da médium tentaram socorrer Katie King.
O advogado Henry Dumphy conta que ela pareceu perder os pés e as pernas, e fazendo um movimento semelhante ao de uma foca na água, escapuliu sem deixar traços de sua existência corporal, tendo desaparecido inclusive os véus brancos em que se envolvia. Segundo Volckman, ela libertou-se violentamente.
Mas o fato incontestável é que uns cinco minutos mais tarde, quando se restabeleceu a calma e a cabina foi aberta, ali foi encontrada Florence Cook perfeitamente composta em seu vestido preto e calçada com suas botas. As amarras que a prendiam estavam intactas, assim como o lacre impresso com o sinete do anel do conde de Caithness, tal como no início da sessão. Foi-lhe dada uma busca, mas não se descobriu qualquer vestígio de vestes ou véus brancos. Como resultado da brutal prova, a médium adoeceu. (Fodor, N. – Encyclopaedia of Psychic Science, U.S.A.: UniversityBooks, 1974, p.62).
16/06/2016
Almas Enfermas
Conta-nos Irmão X, pela psicografia de Chico Xavier, comovedora história de uma mãe, na França do início do século passado, a acalentar o filho, dotado de grave idiotia, ao relento da noite. Narra-nos, o nobre amigo, que a mãe se utilizava de cobertores insuficientes, em parca fogueira, para alimentar e acalentar o filhinho, na tentativa de vencer a noite gélida.
O companheiro da espiritualidade pensara no que teria feito a pobre mãe para destilar tal infelicidade. Naturalmente, toda cena deste gravame merece a reflexão. Apesar das fortes razões dos comprometimentos do passado, tal penúria dá-se, da mesma forma, pela falta de caridade dos corações indigentes dos transeuntes a atravessar-lhe o caminho, pois, nos ensinou o Mestre, a realização do bem sem questionamentos, em especial na parábola do Bom Samaritano.
Retornando a conveniência do tempo, através de indução magnética do mentor espiritual a acompanhá-lo, pode presenciar luxuosa corte, onde o filho, hoje com as afetações mentais, era belo, cruel e impiedoso príncipe, a cometer os desatinos sexuais e odiosos por todo o reino, sob os olhares de proteção da mãezinha, que hoje o conduzia a misérrima condição.
A reencarnação é, definitivamente, o encontro de almas enfermas. Naturalmente, existem os casos extremos, como o acima narrado, mas incidem, da mesma forma, os enredos menos trágicos do cotidiano. Irmão contra irmão, pais em litígio com os filhos, cônjuges adversários, todos pertencentes a caravana de estropiados terrena. Assim devemos, com humildade e consciência, reportar a nós mesmos, pois, por estes, os doentes, o Mestre afirma ter vindo.
O doente do espírito sabe de suas limitações e recomendações, por isso reforça a atenção nas ações que lhe conduziram a bancarrota. Percebe-se frágil diante dos vícios morais e atira-se à reforma íntima, entende-se sob tratamento constante para a terapêutica evangélica, como tônico fortalecedor da alma. Sabe-se das respectivas fragilidades e, portanto, humildemente, coloca-se na posição de tolerância e indulgência.
O que se percebe doente não acusa, não profere sentenças, não lança anátemas aos companheiros de jornada, compreende que o atual encontro, por mais que árduo, é a oportunidade no formato do remédio.
Na atitude renovadora do amor, admitir-se doente nos garantirá o trajeto para a cura. No trato com os irmãos sob o disfarce de adversários, caberá a nós agir com ternura sempre, pois, tendo a certeza dos respectivos valores em formação, resta-nos a dúvida: Diante do enfrentamento promovido pelo encontro renovador de almas enfermas, quem teria errado mais?
06/06/2016
Diante de tantas desgraças e acontecimentos desumanos que acontecem todos os dias pelo mundo todo, a aeromoça Fan Huesong, que trabalha na companhia chinesa Hainan Airlines – a maior empresa aérea privada da China -, mostrou que existem pessoas que procuram fazer o bem sem olhar a quem.
Durante um voo que ia de Zhengzhou para Hainan, no sul da China, a aeromoça percebeu que um senhor, identificado como Niu, de 71 anos, com sequelas de um derrame, apresentava necessidades especiais.
Sendo assim, ela o levou até a primeira classe, por conta da preferência. Após algumas horas de viagem, ao servir a comida, Huesong percebeu também que ele não conseguia se alimentar sozinho.
Para ajudar, a comissária começou a dar comida em sua boca e, inesperadamente, o senhor se pôs a chorar de emoção. Ela teve ainda que trocar a comida de Niu de arroz para macarrão, uma vez que ele apresentava bastante dificuldade para mastigar os grãos.
Um passageiro que estava sentado próximo à cadeira de Niu registrou fotograficamente o momento, permitindo que a atitude fosse vista por pessoas do mundo todo
A atitude dessa profissional nos leva a nos indagarmos como estamos lidando com nossos idosos, nesses dias da Nova Era. Sobretudo, com aqueles que apresentam limitadas condições motoras, seja pelo desgaste dos órgãos do corpo carnal ou por doenças que os acometeram.
Recordamos que na questão 685 de O livro dos Espíritos, em resposta à indagação kardequiana, responderam os luminares: O forte deve trabalhar pelo fraco; na falta da família, a sociedade deve lhe tomar o lugar: é a lei da caridade.
Dessa forma, a atenção ao idoso é dever de todos e extrapola a parentela corporal.
Nada mais justo do que retribuir a quem tanto contribuiu com a família, com a sociedade.
A prática do respeito para esses nossos irmãos, honrando-os, ainda, com carinho e atenção é o que se espera de cada filho de Deus.
24/05/2016
Multidão de pecados
Chegará o dia em que esta raça impura e rebelde respirará os ares da paz.
Haverá o instante em que este orbe de iniquidades e vilanias atingirá as esferas do amor e respeito ao próximo.
Veremos o momento no qual todas as injustiças se abaterão e toda a hediondez será banida.
Teremos o tempo em que as armas e baluartes de guerra se fecharão em museus, e as relações humanas receberão definitivos ares de fraternidade.
Ao imediatista, e consequentemente, materialista, estas palavras estão sobre o cume da impropriedade, sendo absolutamente impossível o resgate da sensatez e comunhão de interesses dentre os habitantes do planeta azul. Para estes, o caos instaurado escalará os tempos e demarcará o final da vida terrena, provando as teorias mais mórbidas e pessimistas do problema humano.
É necessário nascer de novo!
Recordemos o Cristo.
O Mestre trazia em si a cura do caos, o caos da doença, o caos da mentira, o caos da hediondez.
Aos coxos, a cura; aos hipócritas, a verdade; aos ofensores, o perdão; aos incrédulos, a prova da vida após a morte.
O Cristo jamais regateou o bem, independente da gravidade dos fatos e intenção dos que Lhe cercavam. Diante da mulher depressiva, o cálice da vida; Aos que Lhe questionam, propõe o desafio da primeira pedra; Àquele lhe bate a face, nova oportunidade; Diante da injustiça própria, a prova do silêncio, aguardando tudo em Deus; Ao soldado que Lhe ferira fatalmente, a cura da doença ocular pelo jorrar do próprio sangue; Aos ímpios que se declararam vitoriosos, a ressurreição.
O Cristo é a representação do amor em ação silenciosa, despretensiosa, porém, contundente. Confunde aqueles que se dão por vencedores, através da paciência, benevolência e tolerância.
Promove a vitória do bem nos instantes de maior gravidade e desespero.
As portas dos umbrais mais densos abriram-se nos últimos 60 anos, permitindo a última oportunidade de revivida, neste orbe, a milhares de espíritos em absoluto desespero, sob transtornos e tormentas diversas. São os chamados “Degradados filhos de Eva”, candidatos a novas paragens espirituais.
Neste contexto a sociedade balança em espetáculos criminosos, o mundo se abala diante da ameaça do terror. Deus é colocado na condição de guerrilheiro vingativo e impiedoso.
Não pensemos que o bem esteja paralisado, a observar o dantesco show que se passa na avenida destes tempos difíceis.
As trombetas tocam, os exércitos do Senhor se reúnem, vindos de outras galáxias, prontos e dispostos a combater o bom combate. Os precursores já encontram-se entre nós.
Não estamos sós. Há várias moradas na casa do Pai.
O universo conspira os ares da mudança, onde o amor triunfará e a paz entre os homens reinará.
Fiquemos firmes. O Cristo encontra-se entre nós sustentando Sua verdade enquanto ainda encontrar a virtude e disposição em nossos corações.
Atravessamos dias difíceis, bem sabemos.
Observamos os corações aflitos que atravessam as portas das Casas Espíritas esfaimados de uma palavra que lhes consolem a vida espiritual miserável, remendadas nas escolhas rotas.
Operamos, nas salas de passe, nos maiores complexos humanos. Podeis afirmar para si, trabalhadores do amor, que auxiliastes na salvação de vidas prestes a optar pelo autoaniquilamento.
Quantos não encontram nos estudos cristãos, traduzidos na verdade espírita, o alento para suportar a pressão do lar e da vida social, a qual se transforma em constante convite ao arrastamento vicioso.
Permaneçam firmes, trabalhando por si e pelo próximo. O Cristo nos mostrou o poder de Deus, diante do caos. Nos comprovou que o túmulo não é vitorioso e que o verdadeiro Reino, não é deste mundo.
Confiem! As iniquidades do mundo, a multidão de pecados, estão recebendo a terapêutica necessária, de acordo com o ritmo dos anos, nas lides do amor.
Paz a todos!
17/05/2016
REVELAÇÃO DA ÚLTIMA FALA DE JESUS APÓS O “PAI PERDOA-LHES POR QUE NÃO SABEM O QUE FAZEM” – GRUPOS EXTENSOS DE ENTIDADES ANGÉLICAS CONFORTARAM JESUS NA HORA EXTREMA – O ANJO SOLITÁRIO QUE OUVIU O ÚLTIMO PEDIDO DE JESUS – JUDAS DESEJAVA TRAIR JESUS DE FATO AO SE MATAR? – JOANA D’ARC ÚLTIMA REENCARNAÇÃO DE JUDAS
A importância da obra mediúnica de Chico Xavier é o seu aspecto revelador. A respeito da vida de Jesus, as informações param no Novo Testamento, porém, pela mediunidade abençoada do médium mineiro, temos notícias de fatos vividos pelo Mestre, além dos registros evangélicos — como é o caso do Anjo Solitário, narrado pelo espírito Humberto de Campos, no capítulo 34 do livro Estante da Vida.
AS ENTIDADES ANGÉLICAS
Narra o benfeitor espiritual que enquanto o Mestre agonizava na cruz, rasgava-se o céu em Jerusalém e entidades angélicas, em grupos extensos, desciam sobre o Calvário doloroso...
Na poeira escura do chão, a maldade e a ignorância expeliam trevas demasiadamente compactas para que alguém pudesse divisar as manifestações sublimes. Fios de claridade indefinível passaram a ligar o madeiro ao firmamento, embora a tempestade se anunciasse à distância...
O Cristo, de alma sedenta e opressa, contemplava a celeste paisagem, aureolado pela glória que lhe bafejava a fronte de herói, e os emissários do paraíso chegavam, em bandos, a entoarem cânticos de amor e reconhecimento que os tímpanos humanos jamais poderiam perceber.
Os anjos da ternura rodearam-lhe o peito ferido, como a lhe insuflarem energias novas. Os portadores da consolação ungiram-lhe os pés sangrentos com suave bálsamo. Os embaixadores da harmonia, sobraçando instrumentos delicados, formaram coroa viva, ao redor de sua atribulada cabeça, desferindo comovedoras melodias a se espalharem por bênçãos de perdão sobre a turba amotinada.
O ANJO QUE OUVIU O ÚLTIMO PEDIDO DE JESUS
Trabalhavam os mensageiros do Céu, em tomo do Sublime Condutor dos homens, aliviando-o e exaltando-o, como a lhe prepararem o banquete da ressurreição, quando um anjo aureolado de intraduzível esplendor apareceu, solitário, descendo do império magnificente da Altura.
Não trazia seguidores e, abeirando-se do Senhor, beijou-lhe os pés, entre respeitoso e enternecido. Não se deteve na ociosa contemplação da tarefa, que naturalmente cabia aos companheiros, mas procurou os olhos de Jesus, dentro de uma ansiedade que não se observara em nenhum dos outros.
Dir-se-ia que o novo representante do Pai Compassivo desejava conhecer a vontade do Mestre, antes de tudo. E, em êxtase, elevou-se do solo em que pousara, aos braços do madeiro afrontoso. Enlaçou o busto do Inesquecível Supliciado, com inexcedível carinho, e colou, por um instante, o ouvido atento em seus lábios que balbuciavam de leve.
Jesus pronunciou algo que os demais não escutaram distintamente.
O mensageiro solitário desprendeu-se, então, do lenho duro, revelando olhos serenos e úmidos, e de imediato, desceu do monte ensolarado para as sombras que começavam a invadir Jerusalém, procurando Judas, a fim de socorrê-lo e ampará-lo.
Se os homens não lhe viram a expressão de grandeza e misericórdia, os querubins em serviço também não lhe notaram a ausência. Mas suspenso no martírio, Jesus contemplava-o, confiante, acompanhando-lhe a excelsa missão, em silêncio.
Este era o anjo da Caridade.
Pelo visto, as derradeiras palavras de Jesus na cruz não foram "Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem", mas sim as palavras balbuciadas ao ouvido do Anjo Solitário para socorrer o amargurado espírito de Judas.
JUDAS QUERIA TRAIR JESUS DE FATO?
A prova de que Judas Iscariotes não queria simplesmente trair Jesus e levá-lo a morte está no fato de que ele, ao receber do Sinédrio as trinta moedas de prata como pagamento para entregar Jesus, não esperava receber o fel da amarga desilusão, ao ver o Cristo duramente torturado. Ao perceber a traição dos fariseus, pois não era isso que desejava para o seu Mestre, ele de imediato foi devolver as moedas recebidas para desfazer o acordo infeliz. Nesta oportunidade, porém, recebeu em troca a expressão de deboche dos príncipes dos sacerdotes: “Isso é contigo”. Nada mais restava fazer para salvar o Mestre dos Mestres. Infelizmente o plano sinistro estava consumado!
Foi então que Judas, depois de assistir as cenas do Calvário, levado por tremendo remorso, pois sua intenção não era eliminar Jesus, cometeu o suicídio. No entanto, o Mestre, após a sua morte e tocado de compaixão, foi ao encontro do espírito enlouquecido de Judas, permanecendo três dias ao seu lado até que ele adormecesse, segundo a revelação da poetisa desencarnada Maria Dolores, no livro Coração e Vida, psicografado por Chico Xavier. Só depois desse gesto de amor e de perdão é que Jesus apareceu materializado a Maria Madalena, segundo o Evangelho de João (Cap. 20: 11 a 18).
A HISTÓRIA E A REVELAÇÃO MEDIÚNICA
Através da mediunidade educada e disciplinada conforme os princípios do Espiritismo, podemos receber dos Espíritos revelações importantes que esclarecem os fatos históricos registrados muitas vezes de forma incompleta, como é o caso de muitas passagens do Novo Testamento, e que levam a interpretações equivocadas, o que é corrigido pela revelação de ordem mediúnica.
Como vemos, considerar Judas Iscariotes um traidor é um erro, até porque se ele de fato tivesse traído conscientemente a Jesus, por que em seguida teria ele entrado em remorso e arrependimento a ponto de tentar desfazer o acordo com os doutores da lei e, em seguida, cometer o suicídio? Como revelam os Espíritos Humberto de Campos (Irmão X) e Maria Dolores, na verdade Judas foi enganado pelos doutores da lei, mas como o amor cobre a multidão dos pecados, ele recebeu a misericórdia de Jesus, pois aquele que se arrepende está a um passo de iniciar a reparação, que a lei divina propicia através de futuras e abençoadas encarnações.
JOANA D’ARC ÚLTIMA REENCARNAÇÃO DE JUDAS
Judas Iscariotes, na entrevista concedida ao Espírito Humberto de Campos, revelou que sua última reencarnação na Terra foi a da conhecida heroína francesa Joana D'arc, queimada nas fogueiras Inquisitoriais do século XV. Essa mensagem reveladora foi publicada no livro Crônicas de além-túmulo, obra psicografada pelo médium Chico Xavier.
No livro Chico de Francisco, Adelino da Silveira apresenta diversos fatos ocorridos com o médium Chico Xavier e respostas a diversos questionamentos dados por ele pessoalmente. A respeito de Joana D’arc, foi perguntado a Chico por que ela fez a guerra e foi considerada santa?
Chico então respondeu assessorado pelo seu guia espiritual Emmanuel, que naquela época, os Espíritos encarregados da evolução do Planeta estavam selecionando os gens que viriam a servir na formação do corpo da plêiade de entidades nobres que reencarnariam para ampliar o desenvolvimento geral da Terra, através do chamado Iluminismo Francês. Era preciso cuidado para que os corpos pudessem suportar a dinâmica das inteligências que surgiriam. Se a França fosse invadida, perder-se-ia o trabalho de muitos séculos. Então Joana D'Arc foi convocada para que impedisse a invasão, a fim de que se preservassem as sementes genitais para a formação de instrumentalidade destinada aos gênios da cultura e do progresso que renasceriam na França, especialmente em se tratando da França do século XIX, que preparou, no mundo, a organização da era tecnológica que estamos vivendo no século XX.
Concluímos por esses esclarecimentos que, se por ventura a França fosse invadida pelos ingleses e os casais franceses já selecionados para a reencarnação dos futuros gênios do iluminismo fossem dizimados nesse confronto bélico, e até a preparação de novos casais, ocorreria, no mínimo, o atraso de um século na formação de novos casais para a reencarnação dos referidos “gênios”. Ora, esse atraso redundaria no retardamento do nível cultural da França, nível esse que seria necessário para o surgimento da Doutrina Espírita. Por consequência, a sua codificação, que se deu em 1857, se deslocaria para 1957.
Joana D”arc, e Judas beijando Jesus
A Importância de Chico Xavier Para o Eapiritismo
O Espiritismo nasceu na França, mais precisamente em 18 de abril de 1857, com a publicação de O Livro dos Espíritos. A obra teve como responsável pela sua elaboração e publicação Allan Kardec, que sob a inspiração dos espíritos superiores iniciou a era do Consolador prometido por Jesus. O Brasil foi o lugar onde a doutrina mais se desenvolveu, a ponto de se tornar a maior nação espírita do mundo. Com certeza tal avanço deve-se muito ao trabalho extraordinário do médium Francisco Cândido Xavier.
Com mais de 400 livros publicados em vários idiomas, Chico Xavier trouxe com o seu trabalho mediúnico obras de inestimável valor para o entendimento da doutrina espírita. Todas essas obras sempre tiveram por base a fidelidade doutrinária às obras do Mestre Allan Kardec e dos Espíritos Superiores. Seu guia espiritual Emmanuel, desde o início de suas atividades mediúnicas, o recomendou expressamente que se algum dia ele falasse algo que fosse contrário aos ensinamentos de Jesus ou Kardec, que ele o esquecesse e ficasse com eles.
HOMEM DE BEM
Chico Xavier representa para o Espiritismo o modelo do Homem de Bem, apresentado por Kardec em seu livro O Evangelho Segundo o Espiritismo. Vivendo para a caridade e o amor ao próximo, Chico jamais ficou com nenhum centavo de suas obras que venderam e vendem até hoje milhares de exemplares. Todos os direitos autorais foram doados a instituições de caridade e ao desenvolvimento do movimento espírita.
Assim como Allan Kardec, o médium Chico Xavier não esteve imune aos ataques dos inimigos do bem, de ambos os planos da vida. No entanto, o que causa espanto é o fato de ambos terem sido alvo de ataques vindos das próprias hostes espíritas. Essa difícil situação já tinha sido relatada pelo próprio codificador da doutrina, no livro Obras Póstumas: “A Sociedade de Paris se constituiu foco de contínuas intrigas urdidas contra mim por aqueles mesmos que se declaravam a meu favor e que, de boa fisionomia na minha presença, pelas costas me golpeavam”.
Chico, assim como Kardec, jamais respondeu aos ataques. Agiu em todos os momentos com humildade e compreensão diante de seus opositores. Viveu do início ao fim de sua vida para se dedicar aos sofredores e ao trabalho mediúnico. Através dos livros e das mensagens consoladoras serviu de intermediário para levar conforto espiritual a milhares de pessoas que sempre o procuravam.
IMPRESSIONANTE MEDIUNIDADE
Investigado por céticos de vários países, vigiado constantemente pelos seus opositores, jamais foi pego em qualquer atitude que desabonasse sua honra e dignidade. Pelo contrário, não foram poucos os antagonistas que não se renderam diante da sua autêntica e impressionante mediunidade.
Seu primeiro livro publicado, Parnaso de Além-Túmulo, trazia mensagens de poetas portugueses e brasileiros desencarnados fiéis cada um ao seu estilo. Esta obra causou impacto tão forte, que dentre as várias manifestações recebidas sobre ela, destacamos as palavras do escritor Monteiro Lobato: “Se Chico Xavier produziu tudo aquilo por conta própria, então ele merece ocupar quantas cadeiras quiser na Academia Brasileira de Letras.
Ao analisar o termo "matéria viva", fico um tanto intrigado, pois não sei se é o caso de uma metáfora ou de uma prosopopeia. Tanto metáfora quanto prosopopeia são figuras de linguagem utilizadas como recursos nos casos de não existirem termos adequados para expressar uma ideia; "metáfora" é uma comparação implícita, enquanto que "prosopopeia" é a atribuição de características humanas a coisas.
Em geral, sob a ótica religiosa/espiritualista, a matéria não tem vida, pois quem vive é a alma (espírito). Em contrapartida, no ponto de vista científico/materialista, a vida é observada como uma manifestação de matéria em certas condições, as quais não são reproduzíveis em laboratório, portanto, esta manifestação de vida é decorrente de um processo ainda desconhecido.
O Espiritismo fornece a informação necessária e suficiente para o entendimento racional deste processo que envolve o ser que vive - o espírito - e a ferramenta com a qual se manifesta - a matéria -, ligando conceitos aparentemente antagônicos para formar um corpo de ideia entre as teorias monista e dualista.
A questão de número 61 d'O Livro dos Espíritos esclarece quanto à unidade de características da matéria orgânica e da inorgânica, reduzindo a um denominador comum, isto é, ambas são apenas matéria. Nesta mesma questão, os espíritos usam o termo "animalizada" para o corpo orgânico não inerte. No artigo intitulado O Átomo de Carbono, publicado no Jornal Correio Espírita em abril de 2015, apresentamos e mais detalhes o que são matéria orgânica e inorgânica.
Assim, "animalizada" seria o termo utilizado pelos espíritos para distinguir um corpo inerte daquele que aparenta estar vivo. Para que haja a vida aparente é necessária a combinação da matéria orgânica com um outro componente: o fluido vital. A animalização, portanto, é decorrente da relação entre matéria e fluido vital e não de um ou outro componente separadamente. Contudo, ambos têm uma origem comum: o fluido cósmico.
Sendo um agente, e não o próprio corpo, o fluido vital pode ser emanado pelo corpo, assim, seus efeitos foram observados por muitos estudiosos anteriores e contemporâneos de Kardec. Em decorrência do fato de que se sabia muito pouco sobre a eletricidade e o magnetismo (aquele da atração e repulsão de certos materiais), havia a tendência de se creditar o que não era conhecido como sendo fenômenos elétricos ou magnéticos. Desta forma, os fenômenos decorrentes da exteriorização de fluido vital por certas pessoas eram tidos por forças elétricas ou magnéticas, cunhando os termos "eletricidade animal" e "magnetismo animal".
O Espiritismo informa sobre a existência do fluido cósmico; diz que este fluido apresenta "propriedades especiais" que o diferem da matéria, contudo, ainda é a base da matéria. Trouxe, ainda, o conceito de "fluido" em referência à estados da matéria mais sutis que sua forma mais bruta conhecida na Terra. Como poderia ser esperado, surgiram os termos "fluido magnético" e "fluido elétrico", utilizados inclusive pelo próprio Kardec, em referência à matéria sutil de qualidade específica que é emanado pelo ser encarnado. Contudo, questionando os espíritos a este respeito, na questão número 65, também d' O Livro dos Espíritos, Kardec obteve esclarecimentos a respeito:
65. O princípio vital reside em algum dos corpos que conhecemos?
“Ele tem por fonte o fluido universal. É o que chamais fluido magnético, ou fluido elétrico animalizado. É o intermediário, o elo existente entre o Espírito e a matéria”.
Portanto, os espíritos responsáveis pela Codificação Kardequiana deixam claro que fluido elétrico ou magnético animalizado se trata do próprio fluido vital. O uso de terminologia única, em conformidade com a orientação espiritual, facilitaria o estudo e evitaria dificuldades de entendimento sobre esta questão.
Similarmente, os termos "magnetismo" e "magnetização", ainda muito utilizados no movimento espírita, deveriam ser substituídos pela terminologia apresentada no Pentateuco, que seriam "fluido" e "emissão de fluido", respectivamente. O último, quando direcionado a alguém, pode ser traduzido por "doação de fluido", pois evitaria a interpretação equivocada e a natural comparação com o magnetismo como conceituado no âmbito da Física.
Portanto, por "matéria viva" deve-se entender a matéria que está combinada com fluido vital, componente que lhe confere condições para que o espírito possa interagir, seja momentaneamente, como nos fenômenos físicos, ou por períodos mais longos, como nas reencarnações.
A análise destas considerações nos leva à compreensão de que a matéria orgânica, quando ligada ao espírito, apresenta a possibilidade de produzir/assimilar/reter o fluido vital, enquanto a matéria inorgânica apenas pode ser impregnada para uso momentâneo.
Dia 18 de abril é o dia do livro espírita, pois é a data comemorativa do lançamento da primeira edição de O Livro dos Espíritos, marco inicial do Espiritismo, em Paris, França, no dia 18 de abril de 1857, por Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo.
O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, preparando a humanidade para uma nova era, de paz e de concórdia. As três leis são: a primeira, a lei de justiça, recebida por Moisés, no monte Horebe, na península do Sinai; a segunda, a lei de amor, trazida pelo próprio Cristo planetário, na personalidade de Jesus, centralizando as duas leis, e a terceira, o Espiritismo com a lei de caridade, que “não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, e sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários”. (1)
“O Espiritismo é obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra”. (2)
O livro espírita é um dos maiores veículos de divulgação dessa Doutrina enriquecedora, com sua moral educativa, distribuindo messe de amor e de sabedoria em todas as suas palavras.
Os livros espíritas trazem todas as informações de que necessitamos. Lendo-os, despertamos para o verdadeiro sentido da vida. Tomamos conhecimento da lei de causa e efeito, desvendando todas as questões que afligem o Espírito em sua trajetória rumo à felicidade.
“Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo”. (3)
Em qualquer situação, o amor está colocado em primeiro lugar, pois é a origem de tudo, a fonte pura, que é “Deus, a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”. (4) O conhecimento, a instrução, o saber, se tornam, junto com o amor, os elementos fundamentais para a evolução do espírito imortal. “Amor e sabedoria são as duas asas divinas com que a alma humana penetrará, um dia, nos pórticos sagrados da espiritualidade”. (5)
A ignorância é o maior flagelo do nosso mundo, filha robusta do orgulho e mãe das fraquezas e crimes. Quanto mal deixaria de existir se houvesse a educação e a instrução!
Allan Kardec diz que a “educação é um conjunto de hábitos adquiridos, e que, quando a arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, for conhecida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis”. (6)
O livro edificante é uma dádiva de Deus. Somente o livro nobre, que esclarece a razão, fazendo-nos recordar o que esquecemos – como afirmou Platão(7), e, que aquilo que chamamos de aprendizado é rememoração(8) – poderá iluminar as trevas da nossa ignorância.
O livro espírita, como todo bom livro, é tesouro de orientação para que os nossos passos tenham uma diretriz segura em direção à liberdade, com o reajuste mental e a renovação interior provenientes das claridades espirituais que ele fornece.
Com a tecnologia de informação avançada, muitas pessoas, principalmente as mais jovens, contemporâneas da Internet – www (rede ampla mundial), criada por Tim Berners-Lee, em 1989, sentem-se desmotivadas para a leitura, devido à facilidade enganosa do conhecimento rápido, e a cada dia essa prática se torna mais comum.
O livro nunca será substituído por nenhuma tecnologia. Assim como o rádio não desapareceu com o surgimento da TV, que ficou sendo mais um veículo de entretenimento, e a Internet também não substituiu nenhum dos dois, da mesma forma acontecerá com o livro. Ele terá sempre seu espaço garantido. Podemos tê-lo em formato de papel ou em formato digital (e-book). Lido por meio de PDA (Assistente Digital Pessoal), tablet, smarthphone, ou em dispositivo ebook readers, sua leitura será sempre o principal articulador do nosso conhecimento... porém o livro será sempre LIVRO.
A leitura, através do pensamento, nos leva a qualquer época e a qualquer lugar por mais distante que seja. É como se entrássemos no túnel do tempo, voltando ao passado ou vislumbrando o futuro, numa emocionante viagem. Não desperdice a oportunidade de ser feliz! Realize essa aventura. Leia!
Muita paz!
Dados bibliográficos:
1 – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec – Capítulo I, item 6.
2 – Idem, ibidem – Capítulo I, item 7.
3 – Idem, ibidem – Capítulo VI – O Cristo Consolador.
4 – O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – capítulo I, item 1.
5 – O Consolador – Emmanuel – questão 260.
6 – O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – capítulo III, parte 3ª.
7 – Fédon, 72 e5 – Platão.
8 – Mênom, 61c9-d5 – Platão.
tolerância é uma palavra feia...Lembra algo do tipo “aceito por que não tem jeito, né”. Prefiro a palavra respeito, que lembra convivência pacífica e compreensão da pluralidade, como é a nossa sociedade, de pessoas, povos e ideias diferentes. Basta olharmos o mundo e a história dos homens encarnados e veremos isso. Jesus, em sua mensagem, pregava o amor, o sentimento mais universalizante possível, pois é acessível a todos em todas as eras, sem segregações.
De forma depressiva termina o mês de janeiro de 2016, pleno Século XXI, com o homem pensando em colonizar Marte, pois presenciamos no Jornal o incêndio com indícios criminosos em mais uma Casa espírita, agora em uma área carente de Sobradinho, na Capital federal. Não se trata de fato isolado, com reportes de ocorrências recentes, envolvendo espíritas e nossos irmãos de cultos afro-brasileiros, relembrando os tempos pouco democráticos na história de nosso país, na qual espíritas tinham suas reuniões monitoradas e eram fichados na polícia. Me pergunto se alguém acha que numericamente ou ideologicamente pertencemos, como espíritas, a crença hegemônica? Kardec foi um contestador de paradigmas vigentes!
Não alimentemos essa doce ilusão. Da caixinha que sai essa chamada intolerância religiosa, brotam as agressões de cunho racial, a violência por conta de orientação sexual, os linchamentos, a invisibilidade dos deficientes, os preconceitos de classe social, as piadas de aparência, o antissemitismo e toda sorte de manifestações que nos afastam do sentimento humanista e de fraternidade universal, que anda ladeado com a ideia de pluralidade e respeito. Mais que tolerar, respeitar é um ato de amor.
Para entender esse cenário, precisamos mergulhar no pandemônio em que nos vemos inseridos atualmente. Vivemos em um período recente de pluralização do acesso a informação e mais, dos produtores de conteúdo, em um mundo que viveu algumas décadas de relativa estabilidade e de acréscimo de consumo as vidas cotidianas, após as tensões de conflitos e da guerra fria. No início de 2010, com acenos de crises mundiais e arranjos geopolíticos, o mundo começou a se agitar de novo, como épocas que havíamos esquecido.
Essa agitação, seguida de em um clima de liberdade no chamado pós modernismo, no qual crenças e hábitos são rapidamente desconstituídos, em um mundo que se torna irreconhecível em menos de uma geração, gerou nas pessoas o medo, um pai zeloso do ódio. Surgem agitações, ao som de pandeiros, na busca por direitos, na contestação frente as dificuldades e problemas, como é habitual da vida política e toda essa agitação movimenta energias, de cá e de lá, causando choques, bandeiras e manipulação, em jogos de manutenção de poder, de luta por mudanças, apimentado pela falta de confiança no homem, santo de pé de barro que vê seu lado pior mostrado nos shows dos telejornais.
Nesse contexto, de medo e de desconfiança, emerge da carteira das soluções imediatas movimentos ligados a chamada pauta conservadora, na qual essa profusão anterior de mudanças e quebra de paradigmas é vista como ofensa e causa da ordem estabelecida, personificando grupos e pessoas como causa de nossas mazelas, de um mundo que adolesce e não se entende em conflito. Daí, materializam-se cenas de ódio e agressão no cotidiano, temperado pela facilidade das chamadas redes sociais, em ações orquestradas e conexas, ainda que oriundas de diferentes agentes.
Confundimos meritocracia com falta de compaixão, justiça com ódio, diferenças com ofensa, colhendo as fraturas da globalização que foi mais econômica do que cultural. Com isso abrem-se caixas de pandora, que espalham a loucura em nossas manchetes, com a paranoia e a síndrome de perseguição alimentando relações desumanizadas, em explosões de ódio, tiros e surras.
Por isso, não nos espantemos de agressão a grupos de religiões minoritárias como a nossa. Não fiquemos estarrecidos por esse sentimento antipanrreligioso que domina as pessoas, pois dentro desse contexto, é plenamente explicável o que está acontecendo. É tudo uma decorrência de uma grande agitação, desse grande pandemônio, que não se restringe ao Brasil e que vem sendo gestado por força de nossas imperfeições e de interesses de toda natureza.
O falso moralismo, a hipocrisia, a forma sobre o conteúdo, o burocratismo, a opressão, a busca do discurso em relação a ação, apresentam-se todos esses como porto seguro diante desse mundo em mudança acentuada e visível. Buscamos um inimigo, um lúcifer para descarregar nossas mazelas de espírito encarnado, como um narciso cego, que se admira e se oculta e que rechaça tudo aquilo que é diferente ou que não entende.
Diante dessa agitação, dessas guerras santas, vale relembrar a lição evangélica da outra face, e do amor que cobre a multidão de pecados. Insta a nós espíritas não jogarmos mais querosene nesse incêndio, personificando situações na multiplicação do ódio. Para curar o ódio, só o amor, e seus irmãos, o respeito e a compreensão.
Nos pautamos por um pedagogo que teve seus livros queimados e por um crucificado, e como espíritas já fomos xingados, objeto de piadas e somente em tempos recentes passamos a ser vistos com outros olhos nas falas, figurando em telenovelas com destaque. Não caiamos nas balelas de coisas sagradas ou povos eleitos, pois como disse Leon Denis, o Espiritismo será a religião do futuro ou o futuro das religiões, ou seja, influenciaremos positivamente a religião e para isso não precisamos entrar em disputas por espaços políticos ou na sanha de obter adeptos pelo proselitismo.
Esse frenesi deve ser olhado por espíritas como espíritas, com a nossa fé raciocinada, percebendo que postura nos é demandada nesse momento. Queremos o incentivo a intolerância ou o cultivo, de forma integral em nossa vida, ao respeito? A religião, na sua prática atual, necessita dar as mãos ao humanismo.
Jesus, o divino modelo, como definiu Allan Kardec, traçou-nos uma diretriz, que constitui um apelo para o nosso comportamento com o próximo, nos caminhos da ascensão, na mais pura caridade: “Ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita”.
Em nossa trajetória, temos dificuldades e obstáculos; entretanto, isso não nos impede socorrer, sem alarde, os que se encontram envoltos em necessidades materiais, morais, psicológicas e emocionais. Alguns exclamam do alto de suas convicções: eu também tenho muitos problemas para resolver e não posso me deter no caminho!
Respeitemos as pessoas, sabendo que ninguém é igual. Dos mais de sete bilhões de habitantes catalogados na Terra, não há um sequer que se assemelhe totalmente, nem os gêmeos univitelinos são iguais, com aspectos biológicos e destinos completamente diferentes, como comprovaram, no ano de 1953, os cientistas Francis Crick, James Watson, Maurice Wilkins e Rosalind Franklin, na descoberta do DNA.
A caridade deve ser feita independentemente de situações e pessoas, evitando a ostentação, escondendo, sutilmente, a colaboração, sem nenhuma espécie de cobrança.
Em nossos comentários e ações, devemos ter o cuidado de não ferir nem condenar ninguém. A ajuda pela ajuda, à disponibilidade de fazer o bem, no momento da necessidade de quem quer que seja.
Allan Kardec, quando reunia os textos de que nasceria O Livro dos Espíritos, teve certa noite um desdobramento pelo sono e foi conduzido por um emissário dos Planos Superiores a uma região nevoenta onde gemiam milhares de entidades em enorme desespero.
Kardec perguntou-lhe, espantado:
— São os crucificadores de Jesus que aqui se encontram?
E o guia lhe respondeu, solícito: — Nenhum deles. — Apesar de responsáveis, não sabiam o mal que praticavam. O próprio Mestre auxiliou-os a se resgatarem perante a Lei, em abençoadas reencarnações.
Kardec indagou, novamente:
— Decerto são os imperadores romanos que sofrem nestes sítios o que fizeram sofrer a humanidade?
— Não. Homens da categoria de Tibério e de Calígula não possuíam a mínima noção de espiritualidade. Depois de estágios regenerativos muitos se elevaram a esferas superiores.
— Serão os algozes dos cristãos primitivos? — volta a inquirir o educador, sequioso de colher a verdade.
— De modo nenhum — replicou o lúcido cicerone —, os carrascos dos seguidores de Jesus eram homens e mulheres quase selvagens, apesar das tintas de civilização que ostentavam. Todos estão reencarnados para se instruírem a caminho da evolução.
— Então, responda-me — rogou Kardec, emocionado —, que sofredores são estes cujos gemidos me cortam a alma?
E o orientador esclareceu, imperturbável:
Os que aqui se encontram foram educados ao Bem e à Verdade e fugiram deliberadamente, especialmente os cristãos infiéis de todas as épocas, conhecedores das lições do Cristo, que deixando de fazer o bem se entregaram ao mal, por livre vontade. Para eles, a oportunidade de reencarnar é sempre mais difícil.
Após o choque da observação, Kardec retornou ao corpo e, de imediato, levantou-se e escreveu a pergunta que apresentaria, na noite próxima, ao exame dos mentores da obra em andamento e que figura como a questão 642, de O Livro dos Espíritos:
“Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o mal?” Pergunta que os Espíritos Superiores responderam: “Não; cumpre-lhe fazer o bem, no limite de suas forças, porquanto responderá por todo o mal que haja resultado de não haver praticado o bem.”
A vida é essência divina e todos nós, sem exceção, nos encaminhamos à suprema felicidade, em direção a Deus, nossa meta final.
Sigamos o exemplo da natureza, que sempre incansável, nos fornece tudo o de que precisamos, nada nos exigindo em troca. Façamos como o rio, que vence todos os obstáculos para atingir o mar, exaltado no soneto de minha autoria:
No esplendor das estrelas
O rio nasce da fonte que descansa
E, intrépido, põe-se a caminhar.
Não há nada que o faça parar,
Em progresso lento e constante, avança...
Com suas águas claras e com pujança,
Rompendo barreiras, vai para o mar.
Desenhando o solo, parece cantar
Um cântico sublime de bonança.
Faze como o rio. Vive com amor!
Não te ires. Segue com destemor!
Aceita as dores e canta a bendizê-las!
Trabalha pro bem com fé no Senhor
E estarás, um dia, em todo o esplendor,
Bordando o céu ao lado das estrelas!
Muita paz!
22/03/2016
Hoje, quando se dá o início das aulas na maioria das escolas de ensino regular, eu, como professora que ainda luta e labuta em seu mister, juntei-me ao bando de jovens despreocupados e alegres que atravessavam as ruas do bairro em direção à escola.
Caminhando com cuidado e mantendo-me na retaguarda, para melhor observá-los em sua alegria descompromissada, observei em alguns, além da algazarra própria dos anos juvenis, um extremo desejo de exibição, uma necessidade incontida de se impor ao grupo através de suas posses.
Parados na porta da escola, exibiam suas mochilas de marca, seus tênis de cano alto e cores berrantes, a fim de conquistar novos amigos pelas condições de suas posses. Observei ainda, que aqueles que não se adequam aos padrões estabelecidos pelo “grupo”, ficariam assim meio excluídos daquela enxurrada de cores e formas, num mundo a parte dentro da obscuridade.
Na sala de aula, apresentando de uma dinâmica de apresentação, não temos realidade diferente. Quando perguntamos “o que você deseja ser ou que profissão deseja seguir”, a resposta não nos surpreende na quase totalidade das respostas:
- “Quero ser rico, professora, ou então jogador de Futebol”, porque ele vai ficar muito rico também!
O espírito Joanna de Ângellis, em uma mensagem bastante reflexiva contida no livro Adolescência e Vida, sob a psicografia de Divaldo Pereira Franco, nos esclarece sobre o comportamento atual dos jovens:
“Vivendo antes em um mundo especial, cujas fronteiras não iam além dos limites do lar e da família, no máximo da escola, rompem-se, agora, as barreiras que o detinham, e surge um campo imenso, ora fascinante, ora assustador, que ele deve conhecer e conquistar, a fim de situar-se no contexto de uma sociedade que se lhe apresenta estranha, caprichosa, assinalada por costumes e atitudes que o surpreendem. Os seus pensamentos primeiros são de submeter tudo a uma nova ordem, na qual ele se sinta realizado e dominador, alçado à categoria de líder reformista, que altere a paisagem vigente e dê-lhe novos contornos. Lentamente, à medida que se vai adaptando aos fatores predominantes, percebe que não é tão fácil operar as mudanças que pretendia impor aos outros, e ajusta-se ao ‘modus operandi’ existente ou contribui para as necessárias e oportunas alterações por que passam os diferentes períodos da cultura e do comportamento humano”.
Pais e educadores ainda desavisados, muitas vezes não atentam para a grandiosa oportunidade de reeducação pessoal em que estamos todos envolvidos, ao se envolverem ou perceberem situação como essa.
Quanto a nós, espíritas, valorizemos a importância das evangelizações das Casas Espíritas cujo objetivo é formar jovens e adolescentes mais amadurecidos psicologicamente, a fim de que possam entender e despertar para a importância das virtudes, a busca do conhecimento, autoaprimoramento na vida e em sociedade.
15/01/2016
Em caso de doença, o processo de Desligamento do doente ocorre mais lentamente. Por vezes acontece que as equipes socorristas iniciam o processo de desligamento, mas os parentes estão junto ao doente e vibram tão intensamente para que este fique bom, que dificultam muito o seu processo de desligamento. Para resolver esta situação, os socorristas fazem com que o doente tenha uma repentina melhora. Desta forma os familiares ficam aliviados e afastam-se, continuando as suas tarefas diárias. Neste momento, os socorristas podem retomar o processo de desligamento e o doente vem a falecer em pouco tempo.
Num velório costuma haver uma nuvem cinzenta de tanta tristeza que paira no local. Às vezes o espírito está ausente, já desligado da matéria. Outras vezes o espírito está confuso no local e por vezes está a dormir junto ao corpo. O que dificulta nestes lugares é a tristeza e a choradeira das pessoas.
Seria tão maravilhoso se todos compreendessem a desencarnação como ela verdadeiramente é, e aceitassem a ausência física, ajudando o desencarnado com pensamentos de amor e carinho, rezando por ele com fé, ajudando-o no seu desligamento e na sua ida a sua nova jornada no plano espiritual.
O melhor desencarne é de uma pessoa que foi Espiritualizada em Vida, pois desencarna de uma maneira completamente tranquila, como que dormindo e acordando num belo local, entre amigos!!! É um regressar tranquilo à verdadeira casa!!!
07/03/2016
A vinda de Jesus ao Planeta Terra, foi anunciada com séculos de antecedência, através dos Magos, Adivinhadores, Profetas, Sibilas, com informações de que, nasceria no seio do povo judeu um Messias, um ser iluminado, que iria libertar aquele povo da servidão.
Por ocasião do nascimento de Jesus, os judeus estavam sob o jugo dos romanos, mas antes estiveram dominados pelos filisteus, amonistas, babilônicos, persas e sírios, num sofrimento inenarrável, devido as humilhações a que eram sujeitos, trabalhando como escravos, sem rumo e sem pátria.
O conhecimento sobre a vinda do Cristo, encheu os corações dos judeus de esperança e de júbilo, pois desejavam um herói que viesse bradando armas, vencesse os romanos, e eles então passariam de dominados a dominadores. Esse talvez tenha sido o maior erro daquele povo sofrido, porque Jesus veio para abrandar o coração humano, para nos deixar um código de amor, que é o seu testamento, o Evangelho de Jesus.
Jesus nasce numa estrebaria junto aos animais, e permanece com sua família até os trinta anos. Inicia então numa pequena colina a pregação sistemática de sua doutrina de amor para os seus primeiros adeptos e os doze apóstolos por ele escolhidos. Iniciava fazendo uma pergunta intrigante para o pequeno público que o acompanhava: “Que buscais”, perguntou Jesus. Ele queria saber o que eles queriam para as suas vidas; qual era objeto da predileção de cada um ali presente, porque mais tarde, já quase no final de sua missão, ele afirma:” Aonde estiver o teu tesouro, ali estará o seu coração”.
Um grupo de desordeiros, comandados possivelmente pelos Sacerdotes do Templo, que odiavam, levaram até o Mestre uma mulher apanhada em adultério, e que segundo a Lei de Moisés, teria que ser punida com o apedrejamento.
Disseram ao divino Mestre: Senhor, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério, e segundo a Lei tem que ser apedrejada; o que diz o Mestre? Jesus estava sentado escrevendo alguma coisa na areia, e levantou a cabeça aos poucos encarando aquela multidão. Reconheceu naqueles homens bravios, coléricos, e rancorosos, todo tipo de maldade e perversidade, além da sensualidade de que eram portadores; pois muitos deles não saiam dos bordéis em grande número na cidade; respondeu: “Quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra”.
Os algozes daquela pobre mulher, entenderam o que Jesus quis dizer, e foram saindo um após o outro, deixando o Mestre a sós com a infratora da Lei Mosaica. Jesus então perguntou: Não te condenaram? Ela respondeu que não, e o divino Mestre disse: Eu também não te condeno; vai e não pegue mais! É importante observar que a recomendação de Jesus, é uma advertência que diz o seguinte: Não volte a fazer as coisas que fazia antes, para que não lhe aconteça coisa pior.
Segundo Jesus, a justiça deve ser amparada no amor, na compreensão, no entendimento, na misericórdia e na bondade fraterna, socorrendo sempre, assistindo e orientando, alimentando e fortalecendo os mais fracos, os deserdados da sorte, indicando sempre um caminho de paz, alegria e felicidade, para estimular a liberdade humana a não ceder aos vícios, desejos e paixões.
Quanto à mulher adúltera, consta que ela ao receber a advertência de Jesus para não mais pecar saiu em disparada da frente do Mestre, voltou ao prostíbulo onde trabalhava, retirou toda sua maquiagem , roupas e sapatos de luxo, esvaziou os armários e deu todas as roupas para as companheiras de infortúnio; vestiu uma túnica branca, calçou sandálias simples, e voltou para Jesus, seguindo-o até à sua morte na cruz.
Ela foi uma das mulheres que mais sofreu com o suplício de Jesus, subindo ao gólgota junto do Mestre, levando tapas e empurrões dos guardas, mas não se afastando um metro do maior dispensador de bens eternos do mundo, Jesus.
Allan Kardec, o insigne Codificador do Espiritismo, afirmou: “A educação é um conjunto de hábitos adquiridos”.
A missão dos pais é descrita pelos Espíritos Superiores, em O Livro dos Espíritos:
“Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de aprumar as árvores do seu jardim, de fazê-las dar frutos em abundância, do que de formar o caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem”.
A infância é a época mais importante para a educação; é quando devemos lançar as bases firmes para a construção do ser, como uma edificação cuja solidez depende dos alicerces. Somos como a semente que traz seus poderes germinativos no âmago de si mesma.
Muitos pais se preocupam com a profissão que os filhos deverão ter, orgulhando-se do título que ostentarão, por acreditarem que isso será motivo de sucesso e felicidade para eles, muitas vezes sem nem sequer consultá-los, violentando-lhes o direito de escolha. Ignoram, deliberadamente, a questão fundamental da existência, que é elaborar e consolidar o caráter, por meio da educação moral.
Lembro-me, perfeitamente, de um episódio de minha vida: quando eu tinha seis anos e vivia no interior do Estado do Espírito Santo, de onde sou natural, numa cidadezinha pacata e linda, linda até no nome: Parada Cristal. Eu e meu irmão dois anos mais velho estávamos empolgados com a “coqueluche” da época, a atiradeira para caçar passarinhos, que consiste numa funda de elástico presa às extremidades de uma forquilha de madeira. Passamos, propositalmente, em frente a uma sapataria – este era o nome dado ao local em que se consertavam e se faziam sapatos. Esse, chamado especificamente de seu “Zequinha Sapateiro”. Sabíamos que lá encontraríamos o que precisávamos. Paramos em frente, naquela atitude de criança sonsa, fingindo que não queríamos nada, quando observamos num caixote – colocado deliberadamente na frente da pequena fábrica e loja de reparos – muitos pedaços de borracha e de couro. Perguntamos ao seu Zequinha se podíamos apanhar alguns deles, ao que prontamente nos atendeu, dizendo que aquele era o seu caixote de lixo, e que não só podíamos levar o que quiséssemos como também ele nos daria um material melhor que possuía, do qual não precisaria. Não aceitamos. Agradecemos muito sua gentileza e nos contentamos em apanhar o restolho do material do caixote.
Ao chegarmos em casa, nossa mãe veio ao nosso encontro, como sempre fazia, e, observando o que tínhamos nas mãos, perguntou ao meu irmão, hierarquicamente, por ser o mais velho, do que se tratava. Ao que ele lhe respondeu contando, detalhadamente, como sempre fazia, como conseguimos o material. Mesmo acreditando na história, sabendo que nos educou para falarmos a verdade, pois a mentira é a atitude mental que mais humilha a personalidade humana e faz com que não haja confiança entre as pessoas, ela não titubeou: largou seus afazeres domésticos, que eram muitos, convocou-nos a ir com ela ao local para checar nossa história. Fomos – lembro-me bem – envergonhados, mas fomos, obedientes. E lá chegando, seu Zequinha explicou-lhe tudo, confirmando o que tínhamos contado.
Em nossa visão infantil, foi uma situação desagradável. Mas ficou o ensinamento: a vigilância que os pais devem exercer sobre os filhos a fim de encaminhá-los para um futuro certo, de retidão e dignidade.
Recordo-me de um caso contado por meus pais; um daqueles que se contava com o objetivo de ensinar o caminho correto. Até hoje não sei se foi real. É a história de um menino de família pobre que, toda vez que ia à cidade, voltava trazendo um presentinho para a mãe. De início, era um retrós de linha para a sua costura. Depois, outros objetos sem quaisquer objetivos de aplicação; porém todos eram entregues à mãe como presentes. Ela os recebia, com naturalidade, sem se importar como seu filho os havia conseguido. Nada lhe perguntava. E os presentes se tornaram cada vez mais caros e sofisticados, porém a recepção continuava a mesma. Recebia-os, sorria, beijava o filho. Agradecia o gesto amoroso. E ficava só nisso. Até que um dia, ele, já rapaz, foi preso em flagrante, praticando roubo a uma joalheria; foi julgado, considerado culpado e sentenciado à morte na forca. Foi aquele alvoroço na família ainda humilde de posses, por não poder apelar para um advogado que fizesse a revisão no processo condenatório. O dia da sentença chegou. Toda a população presente na praça daquele pequeno burgo. Essa história deve ter se passado na Idade Média, pelas características com que é apresentada. O cadafalso preparado, com os verdugos em suas posições, aguardando a chegada do prisioneiro com o séquito que sempre se fazia presente: o juiz, os batedores, o padre para a extrema-unção. O povo, nada curioso, pra não dizer o contrário. Nesse ponto, não houve grande progresso na humanidade, porque a curiosidade mórbida continua a mesma: atenta, vigilante. Todos queriam ver se o condenado era conhecido, se era bonito, se estava com medo ou se aceitava a situação da morte iminente. O jovem chegou aparentemente lívido, descontraído. E, como era de costume, foi-lhe dado o direito ao último pedido. Ele pediu para dar um beijo de despedida em sua mãe, que ali se encontrava, em desespero, próximo ao palco de execuções. O pedido foi aceito, e sua mãe, amparada pelos familiares e amigos, subiu, atirando-se descontroladamente nos seus braços, em um amplexo demorado. O filho, aparentando uma tranquilidade que não era real, olhou-a bem nos olhos e lhe disse: “Mãe, eu quero que a senhora nunca se esqueça deste momento. Estou morrendo graças à senhora. Se na primeira vez que lhe dei um presente, a senhora se interessasse em saber como eu o tinha conseguido, eu não teria me tornado um ladrão. Criei o hábito de roubar porque não tive quem me orientasse. Eu achava normal roubar, devido a minha pequenez, a minha falta de juízo. Hoje percebo o erro que cometi. Agora não dá mais para voltar atrás; entretanto, penso nos meus irmãos menores, que não devem passar por esse tremendo infortúnio”. Bruscamente, interrompeu o discurso e, no gesto de um beijo, deu-lhe uma mordida feroz em seu nariz, arrancando-lhe o tampo, para a surpresa de todos. A mãe, ensanguentada, foi retirada do local às pressas para o devido tratamento. Ele se voltou, resoluto, para terminar seu triste destino, colocando-se, agora, à disposição do ritual da morte.
Dá trabalho acompanhar o desenvolvimento da criança, seguir-lhe os passos, incutindo-lhe bons hábitos sempre que necessário; entretanto, é assim que os pais cumprirão seu papel na educação do ser que nasce com tendências e inclinações boas e más. Compete aos pais, os principais interessados na felicidade dos filhos, a realização de seus sonhos. Já se diz que a criança livre é a semente do celerado. O período infantil, em sua primeira fase, até os 7 anos, mais ou menos, é o mais importante para a aquisição dos valores morais. É um período relativamente pequeno, mas que requer a paciência e a determinação dos pais na edificação do caráter dos filhos, continuando depois até a adolescência, porém já com os valores morais incutidos no subconsciente, em forma de hábitos.
Muita paz! 30/01/2016
REVOLUÇÃO ALIMENTAR NA TERRA E NO CÉU – ADVERTÊNCIA DE EMMANUEL SOBRE INGESTÃO DE VÍSCERAS DOS ANIMAIS – NUTRIENTES QUE MERECEM ATENÇÃO NA DIETA VEGETARIANA, SEGUNDO O MÉDICO NUTRÓLOGO DR. ERIC SLYWITCH – O PRATO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL.
Nos últimos séculos, conforme descrito no capítulo 9 do livro Nosso Lar (André Luiz/Chico Xavier), a cidade extrafísica que dá nome a essa obra mediúnica passou por uma verdadeira revolução no modo de nutrição dos corpos espirituais de seus habitantes:
“Rezam os anais que a colônia, há um século, lutava com extremas dificuldades para adaptar os habitantes às leis da simplicidade. Muitos recém-chegados ao "Nosso Lar" (...) queriam mesas lautas (...) dilatando velhos vícios terrenos. (...) O Governador atual, todavia, não poupou esforços (...) adotou providências justas. (...) Alguns colaboradores técnicos de Nosso Lar manifestavam-se contrários, alegando que a cidade é de transição e que não seria justo, nem possível, desambientar imediatamente os homens desencarnados, mediante exigências desse teor, sem grave perigo para suas organizações espirituais. O Governador, contudo, não desanimou (...) requisitou assistência de nobres mentores, que nos orientam através do Ministério da União Divina. (...) Os serviços de alimentação, em "Nosso Lar", foram reduzidos à inalação de princípios vitais da atmosfera. (...) Findo o período mais agudo, a Governadoria estava vitoriosa. (...) Reduziu-se a expressão física e surgiu maravilhoso coeficiente de espiritualidade”.
Assim como os habitantes de Nosso Lar, nós, encarnados, recebemos de elevados benfeitores espirituais, que guiam o movimento espírita brasileiro, diretrizes a respeito de alimentação, principalmente através da notável mediunidade de Francisco Cândido Xavier.
ADVERTÊNCIA DE EMMANUEL
Em concordância com a declaração de outros autores espirituais*, Emmanuel, no livro O Consolador, em resposta à questão 129, nos adverte que "a ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências (...). É de lastimar semelhante situação". E assevera que "se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos”.
Esta orientação espiritual se deu em 1941. E ao final do século XX, as principais sociedades científicas de todo o mundo vieram a confirmar a instrução dada pelo mentor.
Com isso, semelhantemente ao povo da cidade no "além", a transição bate a nossa porta exigindo mudança. E já não há mais por que atrasarmos esse processo fundamental para o nosso planeta de provas e expiações se tornar um mundo de regeneração. Nos alimentarmos dos corpos dos nossos irmãos, os animais, desponta como algo desnecessário para nós e doloroso para eles. E o curso das mudanças indica a necessidade da busca da melhora espiritual e da reformulação de hábitos.
DIETAS VEGETARIANAS PLANEJADAS
De forma emblemática, a Academia Americana de Nutrição e Dietética, através de revisão da literatura científica atual, declarou formalmente que “dietas vegetarianas adequadamente planejadas, incluindo dietas vegetarianas totais ou veganas, são saudáveis, nutricionalmente adequadas, e podem prover benefícios à saúde na prevenção e tratamento de certas doenças. Sendo apropriadas para indivíduos durante todos os estágios do ciclo da vida”. Recentemente, o Ministério da Saúde lançou o "Guia Alimentar Para a População Brasileira" no qual foi registrado que o consumo de carnes ou de outros alimentos de origem animal não é essencial para uma alimentação saudável, exigindo-se apenas maior atenção na combinação dos alimentos.
Assim, esse artigo tem por objetivo orientar quanto às formas nutricionalmente saudáveis de substituirmos as carnes de nossa alimentação e darmos início, desde já, à transição necessária.
NUTRIENTES NA DIETA VEGETARIANA
É comum o questionamento sobre qual seria a fonte de proteína, com a retirada da carne da alimentação. O médico nutrólogo, especializado em alimentação vegetariana e diretor do departamento de Medicina e Nutrição da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira), Dr. Eric Slywitch, esclarece que todos os aminoácidos presentes na carne são encontrados de forma bastante segura no reino vegetal. As leguminosas como lentilha, ervilha, grãos de soja e grão-de-bico ganham um papel primordial na alimentação sem carne.
E quando a preocupação é a ingestão adequada de ferro, ressalta que este mineral é encontrado em abundância nos vegetais, sendo importante tomar alguns cuidados para garantir a sua absorção adequada. Alguns nutrientes aumentam a absorção do ferro, como as frutas ou vegetais folhosos crus, que são abundantes em vitamina C. Além disso, uma boa forma de potencializar a absorção deste mineral é retomar o antigo hábito de deixar os feijões de molho de um dia para o outro, substituindo a água antes de cozinhá-los.
Patrícia Duque Estrada, nutricionista especialista em alimentação vegetariana ressalta a importância de outros nutrientes, como o ômega 3, que é encontrado nas sementes e óleos de chia e linhaça, sugerindo-se o consumo diário de uma colher de chá de óleo de linhaça sem ser aquecido. A profissional lembra que tomar sol diariamente é uma boa forma de manter a saúde óssea, garantindo níveis adequados de vitamina D. E reforça que o cálcio pode ser encontrado em diversos alimentos do reino vegetal, tais como nos vegetais verde escuros, representados pelo brócolis, couve, agrião, rúcula e coentro, além de leites vegetais fortificados, como o leite de soja, nas leguminosas e castanhas (como amêndoas e avelã) e em algumas sementes, como gergelim, linhaça, chia e girassol.
Aos que quiserem se abster de todos os produtos de origem animal em suas refeições, recomendo atenção especial para a vitamina B12, procurando alimentos já enriquecidos com ela (como cereais matinais e leites vegetais). Além disso, o uso profilático de suplementação com B12 é uma boa forma de mantê-la em níveis adequados no sangue.
O PRATO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
As Escolas de Medicina e de Saúde Pública de Harvard publicaram recentemente uma orientação visual simplificada de como se alimentar adequadamente. O “Prato da alimentação saudável” inclui dentre seus componentes a presença de vegetais variados e frutas, grãos integrais (tais como arroz, macarrão e pães integrais) e proteínas de boa qualidade (como, por exemplo, os feijões), distribuídos conforme ilustração acima.
A REVOLUÇÃO ALIMENTAR E A NOVA ERA DE REGENERAÇÃO
A alimentação sem carne é extremamente benéfica à saúde física e também à espiritual, mas acima de tudo, é um ato de amor e compaixão com os outros seres da criação divina. Não percamos mais tempo com desculpas para continuarmos nos alimentando dos corpos mortos de nossos irmãos animais. Inspiremo-nos na revolução de Nosso Lar, que muito contribuiu para o desenvolvimento espiritual daquela colônia, e façamos nossa própria revolução alimentar, seguindo as orientações dos mentores e colaborando com eles nesta tarefa de elevação da Terra de planeta de provas e expiações para a nova era de regeneração.
Bibliografia espírita sobre alimentação com carne:
O Consolador (Emmanuel/Chico Xavier), questão 129; Alvorada do Reino (Emmanuel/Chico Xavier), cap. "Na senda de Ascensão"; Livro Emmanuel, cap. 17; Missionários da Luz (André Luiz/Chico Xavier), cap. 4; Os Mensageiros (André Luiz/Chico Xavier), cap. 42; Cartas e Crônicas (Humberto de Campos (Irmão X/Chico Xavier), cap. 4 e Contos e Apólogos (Humberto de Campos (Irmão X /Chico Xavier), cap. 15.
Informações importantes
Se a sua vontade já for suficiente para essa mudança, fortaleça suas razões lendo e se informando sobre o assunto. Assista aos documentários: A carne é fraca, A Engrenagem, Terráqueos, Al Gore, Da fazenda à Geladeira, Uma verdade inconveniente e, logo na sequência, Uma verdade mais que inconveniente. Interessante assistir também vídeos sobre nutrição como os do nutrólogo Eric Slywitch, no site da SVB, e ao filme Trocando a faca pelo garfo. Consulte os sites: www.alimentacaosemcarne.com.br, www.nutriveg.com.br, www.svb.org.br, www.guiavegano.com.br; e os livros: Alimentação sem Carne e Virei Vegetariano, e agora?, da autoria de Dr. Eric Slywitch, editora Alaúde, e a Revista dos Vegetarianos, mensalmente nas bancas.
07/01/2016